Tradução de Nicole Herscovici do artigo de Antonio Regalado para MIT Technology Review

Enfermeiros e pacientes em alguns asilos dos EUA receberão um medicamento com anticorpo para prevenir a infecção por Covid-19, de acordo com a empresa farmacêutica Eli Lilly.

O medicamento: no início da pandemia de coronavírus, as empresas pesquisaram o sangue dos sobreviventes de Covid-19 em busca de anticorpos potentes contra o novo vírus. O medicamento da Eli Lilly é uma dessas proteínas em forma de Y – é um anticorpo natural fabricado em maior escala.

O ensaio clínico: para realizar o estudo, que envolverá 2.400 pessoas, Lilly trabalhará com o National Institutes of Health para direcionar os testes aos lares para idosos com surtos de Covid-19. Em algumas áreas, idosos residentes em asilos compõem a maioria das mortes de Covid-19.

Como funciona: assim como os anticorpos naturais, o anticorpo de Lilly deve se agarrar ao vírus e bloqueá-lo. Tratamentos semelhantes de anticorpos mostraram-se eficazes no tratamento da doença de Ebola, mas o objetivo aqui é prevenir a infecção administrando os medicamentos o quanto antes. Sabe-se que a prevenção com anticorpos funciona. Há uma injeção de anticorpos administrada a bebês que impede o VSR, uma infecção respiratória que atinge os recém-nascidos.

Imunidade passiva: as vacinas expõem o corpo a uma parte do patógeno, levando à “imunidade ativa” – o corpo aprende a produzir seus próprios anticorpos contra um germe. Adicionar anticorpos artificialmente gera imunidade “passiva” que dura apenas o tempo dos anticorpos. Os pesquisadores dizem que os anticorpos, normalmente administrados por via intravenosa, podem permanecer na corrente sanguínea por semanas ou meses.

Plano B: Os tratamentos com anticorpos podem chegar ao mercado antes da vacina. Pode ser muito importante para proteger os profissionais de saúde e os mais vulneráveis. Um relatório hoje do American Biodefense Institute chama a imunidade passiva de “a próxima geração de resposta à pandemia”.