Artigo de Cláudio Maierovitch e Wagner Vasconcelos publicado em Altos Estudos - USP

Pandemia de Covid-19, epidemia que atinge todos os continentes, praticamente todos os países. É uma doença transmissível que, até dezembro de 2019, não tinha afetado indivíduos de nossa espécie. Isso permite inferir que, excetuada a possibilidade de alguma rara proteção natural, a população mundial seja universalmente suscetível, pois ninguém antes teve contato com o vírus – Sars-CoV-2. Estes que redigem e todos os que eventualmente se dedicarem à leitura são parte do objeto de reflexão e não é possível conceber qualquer possibilidade de isenção ou imaginária neutralidade frente a ele.

Somos ao mesmo tempo vítimas da doença ou de suas consequências, testemunhas, observadores, analistas, torcedores e atores, com responsabilidades relacionadas à prevenção, ao cuidado, ao estudo e à mitigação do sofrimento, agora e dos desdobramentos ainda imprevisíveis, no futuro. Somos também os propagadores, relevantes na medida do acaso e de atitudes imprudentes ou negligentes. Não é demais lembrar que também a indução de atitudes alheias, decisões políticas, interações e omissões pesam e permanecerão sobre nossos ombros. Enquanto muitos se esforçam para obter e entender informações, descrever as infindáveis dimensões do problema, desenhar cenários e apontar caminhos, a paisagem muda a cada instante. Haverá muita matéria-prima para os historiadores do futuro.

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