Na última sexta-feira, 26 de junho, o Observatório da Coronacrise recebeu Bell Bezerra, presidenta da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro; Cricielle Muniz, do Movimento Popular da Juventude em Disparada e dirigente nacional do PT; Lucas, ativista estudantil de Brasília; e Ronald Sorriso, secretário Nacional de Juventude do PT, para um papo com Fernando Haddad sobre o ativismo da juventude em tempos de pandemia, com mediação Jéssica Italoema, diretora da Fundação Perseu Abramo.

Neste programa o ex-ministro Fernando Haddad como entrevistador questionou os participantes sobre racismo, religião, machismo e perspectivas da juventude.

O secretário Nacional de Juventude abre o diálogo falando sobre o movimento Representa, um projeto do partido que tem por objetivo construir uma rede de lideranças de diversas áreas que se desenvolvam coletivamente no PT para impactar os próximos processos eleitorais através de uma formação política e partidária com jovens para potencializar a transição geracional que o partido viverá nos próximos anos e que têm se mobilizado para “evitar um novo golpe”.

Provocado por Haddad, Lucas, que ganhou notoriedade nas últimas manifestações contra o fascismo, fala da disposição dos jovens que saíram às ruas no ano passado para defender o orçamento da educação de continuarem engajados por uma luta maior em defesa da democracia, de ideais e valores. “Para a nossa juventude o único caminho é a educação. Não vamos arredar pé de nossas conquistas e queremos mais acesso para quem não tem educação. Manteremos as manifestações”, confirma Lucas.

A dirigente da UEE-RJ, Bell Bezerra, ao responder sobre a vida das mulheres no movimento estudantil, conta que sua história é de muita luta, principalmente nas universidades privadas, para organizar os alunos. “Sou fruto do Fies, com 100% de bolsa. Sofremos muito machismo. As pessoas não acreditam na nossa capacidade, na nossa forma de fazer política, pois faço com muito afeto, o que às vezes é entendido como fraqueza”. Bell entende que isso é um processo, as mulheres vêm ocupando esses espaços e são capazes de “dirigir centros acadêmicos, DCEs e o Brasil. É preciso que nos escutem, temos de brigar pelo nosso direito de fala”.

Haddad conta que seu avô era padre ortodoxo e enfatiza que não gosta de preconceito contra religião. Assim pede para que Cricielle fale sobre como é o jovem evangélico, eventualmente vítima de preconceito ou intolerante com alguém que não pertença a sua comunidade.

Como dirigente do partido no Maranhão, Cricielle diz que: “ser evangélica, progressista, petista, de esquerda, vai na contramão da lógica para muitas pessoas, sofremos vários preconceitos. É um grande desafio estar na direção partidária. O cenário de 2018 foi desafiador para o país, mas precisamos disputar o campo evangélico”. Segundo ela, são as igrejas na periferia que acolhem as mulheres, o povo excluído, e que foram beneficiados com as políticas públicas do PT, por isso é preciso disputar essa narrativa e dialogar com o segmento evangélico ser tolerante e respeitar as diversidades regionais.

Permeia todas as falas a necessidade do partido se abrir para a escuta e a luta de negros, mulheres, GLBTI, para a diversidade religiosa.

Assista a íntegra do Observatório da Coronacrise: