Os autores do estudo, produzido pela ONU University, estimam o impacto econômico potencial de curto prazo da Covid-19 na pobreza monetária global por meio de contrações na renda ou no consumo familiar per capita.
As estimativas são baseadas em três cenários: baixas, médias e altas contrações globais de 5%, 10% e 20%; foi calculado o impacto de cada um desses cenários na quantidade de pessoas em situação de pobreza, usando as linhas internacionais de pobreza de US$ 1,90, US$ 3,20 e US$ 5,50 por dia.
As estimativas mostram que o COVID representa um desafio real ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU de acabar com a pobreza até 2030, porque a pobreza global pode aumentar pela primeira vez desde 1990 e, dependendo da linha de pobreza, esse aumento pode representar uma reversão de aproximadamente uma década no progresso do mundo na redução da pobreza.
Em algumas regiões, os impactos adversos podem resultar em níveis de pobreza semelhantes aos registrados há 30 anos. No cenário mais extremo de uma contração de 20% na renda ou no consumo, o número de pessoas que vivem na pobreza pode aumentar entre 420 milhões e 580 milhões, em relação aos últimos números oficiais registrados para 2018.