Cartilha Brasil Seguro, Família Protegida organiza proposta nacional do PT para a segurança pública
Publicação da Fundação Perseu Abramo sistematiza experiências de governos petistas, apresenta caminhos, enfrenta os “nós” da segurança pública e se torna referência para o debate programático rumo a 2026

A cartilha Brasil Seguro, Família Protegida, lançada no seminário nacional de segurança pública organizado pelo PT e pela Fundação Perseu Abramo, marca um ponto de virada no debate interno do partido.
Em vez de reagir à pauta sequestrada pela extrema direita, o PT apresenta uma síntese de experiências de governo, formulação acumulada e propostas estruturantes para enfrentar o crime organizado, a violência letal e a sensação cotidiana de insegurança.
Alberto Cantalice, diretor de Comunicação da FPA e um dos coordenadores do documento, define o passo político em curso como um salto qualitativo.
“Ao enfrentar temática tão difícil, o PT dá um salto de qualidade na sua compreensão sobre a principal preocupação dos brasileiros, a segurança pública”, afirma.
A cartilha retoma o documento elaborado em 2002 pelo Instituto Cidadania, atualiza o diagnóstico e incorpora práticas testadas em cidades e estados governados pelo partido.
O texto enfrenta os pontos sensíveis do sistema. “A nossa cartilha busca enfrentar os nós que entrelaçam a segurança pública: o sistema penitenciário, o feminicídio, as cadeias econômicas do crime, a ocupação dos territórios, os roubos e furtos”, explica Cantalice.
Pontos principais
Entre os pilares, estão o fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública, o enfrentamento financeiro às facções, o ciclo completo de polícia, a desmilitarização constitucional e o policiamento de proximidade, articulado a políticas sociais e presença territorial do Estado.
Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo, vincula diretamente a produção da cartilha ao projeto nacional do PT. Para ele, não basta acumular experiências, é preciso transformá-las em linguagem acessível e estratégia de convencimento.
“A cartilha Brasil Seguro, Família Protegida é só o começo: precisamos produzir cada vez mais conhecimento para convencer a sociedade”, afirma.
O objetivo é formar militância, dirigentes e governantes, mas também disputar o senso comum sobre o que é segurança pública e quais caminhos de fato funcionam.
Na prática, o documento se coloca como uma base programática para o 8º Congresso do PT e para o programa que será apresentado nas eleições de 2026. Ao organizar dados, propor diretrizes e sistematizar experiências bem-sucedidas, a cartilha ajuda a sepultar a ideia de que o partido não teria resposta para o tema – e reposiciona a segurança pública como parte central de um projeto de desenvolvimento, democracia e redução de desigualdades, e não como sinônimo de repressão improvisada.



