Eleições no Chile, desastre em mina no Congo, falhas de diagnóstico de HIV e hepatites na Europa e condenação histórica em Bangladesh marcaram a semana

A semana foi marcada por acontecimentos que movimentaram o cenário internacional, com eleições decisivas no Chile, uma tragédia em mina no Congo e alertas sanitários na Europa. Em comum, todos revelam tensões políticas, desafios de governança e desigualdades que moldam o debate global.

No sul da Ásia, a condenação da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina reacendeu discussões sobre instabilidade política e direitos humanos em Bangladesh, completando um quadro internacional de forte pressão social e institucional.

Chile vai ao segundo turno entre Jeannette Jara e José Antonio Kast 

A Semana no Mundo: tensões políticas, tragédia humanitária e alerta sanitário na Europa
A candidata Jara, do Partido Comunista, conseguiu a maioria dos votos no primeiro turno das eleições do Chile Foto: Wikimedia Commons

A candidata governista Jeannette Jara, do Partido Comunista, e o líder da extrema direita, José Antonio Kast, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais do Chile em 14 de dezembro. Jara recebeu 26,58% dos votos, seguida por Kast, com 24,32%.

A surpresa do pleito foi Franco Parisi (18,84%), do Partido de la Gente, que afirmou não apoiar automaticamente nenhum dos finalistas. Johannes Kaiser (13,92%), representante libertário, declarou apoio imediato a Kast. A derrotada Evelyn Matthei, da direita tradicional, que liderou pesquisas por meses, ficou em quinto lugar (13,25%) e também se somou à campanha de Kast.

O presidente Gabriel Boric parabenizou os candidatos e manifestou confiança de que o diálogo prevalecerá no processo eleitoral.

Colapso em mina no Congo deixa ao menos 32 mortos 

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Foto: Trabalhadores em uma mina de cobalto no Congo – Imagem da AlJazera/YouTube

Um desabamento de ponte em uma mina de cobre e cobalto na província de Lualaba, na República Democrática do Congo, causou pelo menos 32 mortes. Segundo autoridades, garimpeiros ilegais acessaram a área apesar da proibição por risco de deslizamentos após fortes chuvas.

Relatório da SAEMAPE afirma que soldados dispararam tiros que provocaram pânico entre os mineiros, que correram para a ponte antes de ela ceder. A presença militar na região alimenta disputa entre garimpeiros, cooperativas locais e mineradoras legalizadas.

O Congo é o maior produtor mundial de cobalto, essencial para baterias de veículos elétricos, e enfrenta há anos denúncias de trabalho infantil, insegurança e corrupção no setor.

ECDC alerta: Europa falha na detecção de HIV e hepatites 

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Os casos de HIV tem aumentado na Europa, aponta estudo da EDC

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) alertou que muitos países europeus falham na detecção de HIV e hepatites B e C. As políticas de testagem estão “desatualizadas” e “desalinhadas” das recomendações internacionais.

Mais de 650 mil pessoas vivem com HIV na região, com 25 mil novos diagnósticos apenas em 2023. Apesar de 92% das pessoas com HIV estarem diagnosticadas em países com dados disponíveis, mais da metade descobre a infecção tardiamente, após anos sem sintomas — o que aumenta risco de mortalidade e transmissão.

O diagnóstico tardio também é comum em hepatites B e C. Só 22 países possuem plano nacional de resposta à hepatite, e mais da metade não atualizou suas diretrizes desde 2018.

Para o ECDC, a meta global de identificar 95% das infecções por HIV pode ser alcançada nos próximos anos, mas atingir o mesmo para hepatites será “significativamente mais desafiador”.

Ex-premiê Sheikh Hasina é condenada à morte em Bangladesh 

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A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, condenada à morte à revelia por um tribunal especial encontra-se na Índia desde agosto de 2024

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada à morte à revelia por um tribunal especial em Daca, que a considerou responsável por crimes contra a humanidade durante a repressão a protestos estudantis no ano passado. As Nações Unidas estimam que até 1.400 pessoas tenham sido mortas.

Hasina, de 78 anos, está na Índia desde sua deposição em 2024 e só pode apelar da sentença caso se entregue ou seja presa nos próximos 30 dias. O ex-ministro do Interior também foi condenado à morte, enquanto o ex-chefe de polícia recebeu pena de cinco anos após confessar participação.

O governo interino liderado pelo Nobel Muhammad Yunus classificou a decisão como “histórica” e pediu calma. Bangladesh solicitou oficialmente à Índia a extradição de Hasina, enquanto o governo indiano afirmou que “avaliará o caso”.