Em artigo, o diretor de comunicação da Fundação Perseu Abramo, Alberto Cantalice, analisa a força política de Lula e o enfraquecimento do extremismo de direita no Brasil

Desde que a malfadada Operação Lava Jato provocou uma razia no mundo político e empresarial, promovendo a vitória do atualmente inelegível Jair Bolsonaro em 2018, orquestrando perseguições judiciais e trazendo à cena verdadeiros criminosos de toga, como Deltan Dallagnol e Sergio Moro, pareceria, para um observador externo à recente história política brasileira, que a extrema direita havia vindo para ficar.

A despeito do estrago na imagem do Poder Legislativo nas eleições de 2018 e 2022, quando foram eleitos, na esteira das fake news, verdadeiras aberrações cuja atuação nas duas Casas Legislativas envergonha quem tenha um mínimo de ética e bom senso, a democracia resistiu e resiste.

Derrotados pela única figura política capaz de aglutinar a cidadania – Luiz Inácio Lula da Silva – esperaram a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos para, em uma conspirata levada a cabo por reles traidores da pátria, tentar embaraçar as relações entre o Brasil e os EUA. “Cristãos novos” na seara da grande política, acharam que iriam esgrimir contra o experimentado Lula e sair vitoriosos na contenda. Ledo engano.

Ao afirmar ao presidente Donald Trump que Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias do Ocidente, o presidente brasileiro mira no fortalecimento mútuo entre as nações.

Ao manter firme seu posicionamento desde que o norte-americano impôs as tarifas, ir às Nações Unidas e proferir com altivez sua fala na abertura da Assembleia Geral – defendendo a lógica que norteia as relações comerciais na atualidade, a da Organização Mundial do Comércio (OMC) – o presidente brasileiro fez-se ouvir por Trump.

Era uma questão de tempo. Nas relações entre Estados, o que prevalece sempre é o interesse concreto – na maioria das vezes, o econômico. Donald Trump, como homem de negócios, sabe disso como ninguém.

Quem está ficando a ver navios são as maritacas golpistas. Já está mais do que claro para a maioria da população que o que menos conta para o extremismo direitista é o interesse nacional.

Enquanto isso acontece, Lula segue cumprindo suas promessas de campanha: derrotou a tentativa de golpe, fortaleceu as instituições da República, colocou o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda.

A força demonstrada pelo atual presidente colocou a direita e a extrema direita em um ringue particular. Todos os dias a mídia noticia as patranhas desses personagens na busca por uma candidatura que os represente.

Está feia a coisa. Para eles.