Discurso, declarações e encontros: os destaques de Lula na 80ª Assembleia da ONU
Na 80ª Assembleia Geral, Lula defendeu reformas na ONU, condenou o genocídio em Gaza, lançou a Aliança contra a Fome e anunciou US$ 1 bilhão para o Fundo de Florestas Tropicais

Na terça-feira da última semana (23/9), o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva abriu a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, reafirmando a defesa da democracia, da paz e do multilateralismo. “A única guerra de que todos podem sair vencedores é contra a fome e a pobreza”, disse, lembrando que o Brasil saiu do Mapa da Fome em 2025, mas que ainda há milhões em insegurança alimentar.
O presidente lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, defendeu a reforma da ONU e cobrou metas concretas contra a crise climática. “A fotografia de 2025 não é mais a de 1945. É preciso ter mais países, acabar com o direito de veto e respeitar as votações”, afirmou.
Na quarta-feira (24/9), Lula encerrou sua agenda em Nova York com encontros multilaterais e bilaterais, além de um evento sobre democracia. Antes de retornar ao Brasil, declarou sentir-se otimista e destacou a expectativa para a COP30, em Belém, em novembro: “Nós queríamos reforçar na ONU a ideia do multilateralismo, da democracia e a nossa COP30”.
Confira momentos de destaque da participação de Lula na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York
Reformulação da ONU
“A fotografia de 2025 não é a de 1945”, disse Lula, ao defender uma ONU mais representativa, sem direito de veto e com participação efetiva dos países do Sul Global. Para ele, a falta de mediação internacional tem prolongado conflitos como em Gaza e na Ucrânia.
Palestina e Gaza
Na segunda (22/9), Lula participou de conferência internacional convocada por França e Arábia Saudita e defendeu a solução de dois Estados, com fronteiras de 1967 e Jerusalém Oriental como capital. “Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir.”
Anúncios e metas
Durante a Assembleia (23/9), lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e anunciou o aporte de US$ 1 bilhão no TFFF. Destacou a meta de zerar o desmatamento até 2030 e a apresentação de novas NDCs pelo Brasil.
Democracia e combate ao extremismo
Na quarta (24/9), participou do evento “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos” com líderes como Boric, Sánchez, Petro e Orsi. “Somente a democracia será capaz de reconstruir o multilateralismo”, disse, questionando por que a extrema direita cresceu e provocando: “É virtude deles ou incompetência nossa?”
Encontros bilaterais
Entre os dias 22 e 24/9, Lula teve reuniões com a presidenta do Peru, Dina Boluarte, que confirmou presença na COP30, e com o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, a quem reiterou não haver saída militar para o conflito. Também se reuniu com o secretário-geral da ONU e recebeu o rei e a rainha da Suécia.
Encontro com Trump
Nos bastidores, Donald Trump elogiou Lula e propôs uma reunião entre os dois. “Eu vou tratá-lo com o respeito que merece o presidente dos Estados Unidos e ele certamente vai me tratar com o respeito que merece o presidente do Brasil”, disse Lula, destacando que soberania e democracia brasileiras “não são discutíveis”.
Delegações deixam cadeiras vazias durante discurso de Netanyahu na ONU
Representantes brasileiros estão entre os que abandonaram o salão
Agência Brasil
Delegações de diversos países – dentre elas a brasileira – deixaram, ao mesmo tempo, o plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na última sexta-feira (26), no momento em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, subiu ao parlatório para discursar.

O protesto foi combinado previamente entre as delegações, em crítica aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, que já duram quase dois anos e fizeram mais de 60 mil vítimas.
Ordem na sala
Quando Netanyahu iniciou seu discurso, os delegados foram chamados à ordem: “Ordem na sala, por favor!”, pediu o mestre de cerimônia.
Diante de uma sala praticamente vazia, um momento histórico nas Nações Unidas, Benjamin Netanyahu afirmou que os inimigos de Israel são os inimigos de todo o mundo, inclusive de seu maior parceiro, os Estados Unidos.
“Odeiam a todos nós da mesma forma. Eles querem arrastar o mundo moderno para o fanatismo”.
O Ministério das Relações Exteriores informou que não fará “manifestações adicionais” sobre o ocorrido.