“Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados”, coordenada por França e Arábia Saudita
Presidente Lula discursou na Conferência; embaixador de Israel na ONU descreve iniciativa como “teatro”

Na segunda-feira, 22, aconteceu a Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, copresidida pela França e pela Arábia Saudita.
O presidente da França, Emmanuel Macron, confirmou que o seu país reconhece formalmente o Estado da Palestina, sublinhando que esse passo não diminui os direitos de Israel, mas reforça a possibilidade de ambos viverem em paz e segurança. Macron destacou ainda a urgência de libertar os 48 reféns israelenses detidos pelo Hamas e de pôr fim aos ataques em Gaza.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que um Estado se assenta em três pilares, território, população e governo, e “que todos têm sido sistematicamente negados à Palestina.”
O líder brasileiro afirma que o que se vê em Gaza é uma tentativa de aniquilamento e “que que a fome não apenas enfraquece o corpo, mas destrói a alma”, relembrando que o Brasil reconheceu a Palestina já em 2010 e apelando a outros países para seguirem o mesmo caminho.
Em seu discurso de abertura, a presidente da Assembleia geral, Annalena Baerbock, enfatizou que a conferência é uma oportunidade para encontrar uma solução não por meio de guerras intermináveis, mas por via diplomática, sublinhando ainda que a solução é de dois Estados. Ela afirmou que essa é a “única maneira de garantir que tanto israelenses quanto palestinos possam viver em paz, segurança e dignidade duradouras”.
Embaixador de Israel ataca diplomacia internacional e rejeita Estado Palestino
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, criticou duramente as iniciativas de paz, classificando a próxima conferência em Paris como um “teatro” vergonhoso, desconectado do fato de que reféns ainda estarem presos em Gaza.
O diplomata afirmou que a guerra continuará até que todos os reféns sejam libertados e o Hamas seja eliminado. Declarou ainda que a solução de dois Estados está “fora de questão” após o ataque de 7 de outubro, e que Israel não reconhecerá um Estado Palestino de forma unilateral, prometendo retaliações contra países que o fizerem. Ele afirmou que o país está aumentando a presença militar na cidade de Gaza, e celebrou o deslocamento da população civil como um sinal de que as ações de Israel são levadas a sério.
Danny Danon também atacou a liderança palestina, acusando-a de financiar o terrorismo, e expressou preocupação com a saúde dos reféns, que estariam sem assistência médica.
(Com informações da ONU)