Taxa de desocupação caiu para 5,6% e vagas com carteira somam 39,1 milhões. Massa de rendimentos chegou a R$ 352,3 bilhões, maior da série histórica

Emprego e renda em alta: Brasil tem menor desocupação desde 2012 e massa salarial recorde
Trabalhador em atividade: recorde de 39,1 milhões de vagas com carteira assinada marca o melhor resultado da série histórica do IBGE Foto:CNA


O mercado de trabalho brasileiro vive um momento histórico. A taxa de desocupação caiu para 5,6% no trimestre móvel encerrado em julho, o menor nível desde 2012, quando começou a série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE. 

Ao mesmo tempo, a massa salarial atingiu R$ 352,3 bilhões, outro recorde. O desempenho revela um ciclo virtuoso em que mais pessoas estão empregadas e recebendo rendimentos maiores, o que impacta diretamente o consumo das famílias e a atividade econômica.

A população ocupada chegou a 102,4 milhões, também um recorde, e a formalização se consolidou com 39,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o maior número já registrado. 

Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses indicadores sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado mais ativo”. 

O desemprego recuou para 6,1 milhões de pessoas, menor contingente desde 2013, e o número de desalentados caiu para 2,7 milhões, uma redução de 15% em um ano.

Renda em crescimento e formalização em alta

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores chegou a R$ 3.484, com alta de 1,3% no trimestre e de 3,8% em relação a 2024. 

Esse resultado foi puxado por setores como agricultura, construção e serviços domésticos, que tiveram aumentos acima da média. 

A agropecuária avançou 7,2% no rendimento médio, a construção 7% e os serviços domésticos 5%. A administração pública e serviços sociais também tiveram papel importante, elevando em 1,8% a renda no trimestre.

A formalização segue sendo uma das marcas do atual ciclo. O número de empregados com carteira assinada, além de recorde, cresceu 3,5% em um ano, somando mais 1,3 milhão de pessoas. 

O contingente de trabalhadores por conta própria também bateu o maior número da série: 25,9 milhões, o que demonstra vitalidade do empreendedorismo no país. A taxa de informalidade recuou proporcionalmente para 37,8%, abaixo da registrada no ano passado, apesar de uma leve alta em números absolutos. 

Para o IBGE, essa mudança confirma que a criação de empregos formais foi mais significativa que a de informais.

Número de ocupados bateu 102,4 milhões e rendimento médio chegou a R$ 3.484, com crescimento de 3,8% em um ano


Setores que mais geraram vagas

O crescimento do emprego foi puxado por diferentes áreas da economia. A agropecuária sozinha abriu 206 mil postos, enquanto o setor de informação e atividades financeiras contratou 260 mil trabalhadores e a administração pública e serviços sociais somaram 522 mil. Em comparação anual, a expansão foi ainda mais ampla, com aumento expressivo na indústria, no comércio e no transporte.

Essa diversidade de setores em expansão reforça o vigor do mercado de trabalho brasileiro, que não apenas gera mais postos, mas também distribui oportunidades em diferentes segmentos. O resultado é uma redução consistente da desocupação, combinada com aumento do rendimento médio e crescimento da massa salarial.

O cenário mostra que o Brasil caminha para consolidar um novo ciclo de inclusão econômica. A menor taxa de desocupação em 13 anos, a formalização em patamares recordes e a renda em alta são marcos que, somados, evidenciam uma virada positiva no mercado de trabalho.

Números do emprego e da renda em julho de 2025

Indicadores do IBGE confirmam recordes de emprego formal, renda em alta e menor taxa de desocupação desde 2012

Taxa de desocupação: 5,6% (menor desde 2012)

População ocupada: 102,4 milhões (recorde)

Carteira assinada: 39,1 milhões (recorde)

Massa salarial: R$ 352,3 bilhões (recorde)

Rendimento médio: R$ 3.484 (alta de 3,8% em um ano)

Desalentados: 2,7 milhões (queda de 15% em um ano)

Fonte: IBGE – PNAD Contínua (julho/2025)