Israel ataca hospital em Gaza, mata jornalistas e amplia tensão diplomática
Bombardeio contra hospital Nasser provoca reação global, fortalece apelos por cessar-fogo e agrava tensão diplomática com o Brasil

Israel bombardeou na segunda-feira (25) o hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. O local foi atingido duas vezes: primeiro durante o atendimento a feridos e, em seguida, quando equipes de resgate e jornalistas prestavam socorro. Pelo menos 20 pessoas morreram, entre elas cinco profissionais de imprensa.
O ataque gerou condenação imediata. O chanceler britânico afirmou estar “horrorizado” e defendeu a proteção de civis, médicos e comunicadores, além de um cessar-fogo imediato.
O Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) registrou que, desde outubro de 2023, já foram mortos 193 jornalistas palestinos, número superior ao total global dos três anos anteriores.
Entre os mortos no bombardeio estão repórteres de veículos internacionais, um fotógrafo e um comunicador independente. Outro jornalista ficou gravemente ferido.
Conflito e reações internacionais
Em 22 meses de confrontos, a ofensiva israelense já deixou mais de 62,6 mil palestinos mortos, após o ataque coordenado do Hamas em outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas em Israel e resultou em 250 reféns.
O agravamento da crise humanitária levou 206 ex-embaixadores e ex-altos funcionários da União Europeia a assinar uma carta inédita pedindo que o bloco imponha medidas mais duras contra Israel.
O governo brasileiro também se manifestou. Em nota, o Itamaraty expressou “firme condenação” aos bombardeios em Khan Younis, que vitimaram jornalistas e trabalhadores humanitários. O comunicado reforçou a necessidade de proteger civis e responsabilizar Israel pelas violações.