Brasil Conectado leva internet a 60% das escolas públicas e avança com nova etapa via satélite
Programa do Governo Federal já alcança mais de 82 mil unidades de ensino e prevê universalizar a conectividade até 2026

Redação Focus Brasil
O programa Escolas Conectadas, parte da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), alcançou em agosto de 2025 um marco inédito: 82,2 mil escolas públicas do ensino básico já contam com internet de banda larga e rede wi-fi aberta, o que corresponde a 60% do total de unidades escolares do país.
A iniciativa é conduzida pelos Ministérios das Comunicações e da Educação e se consolida como uma das principais políticas do governo federal para ampliar a qualidade da educação pública.
O levantamento entregue ao ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, aponta que 21 das 27 unidades da Federação já têm mais da metade das escolas conectadas.
Estados como Mato Grosso do Sul (79,3%), Rio Grande do Norte (78,5%) e Goiás (77%) lideram a lista, mostrando avanços significativos também em regiões historicamente marcadas por desigualdades de infraestrutura digital.
“Conectar uma escola é conectar sonhos, oportunidades e o futuro de milhares de crianças e jovens. Estamos transformando a realidade da educação pública no Brasil, garantindo que a internet chegue onde antes não chegava. Nenhuma escola ficará para trás, essa é a nossa missão até 2026”, afirmou o ministro Frederico de Siqueira Filho, ao celebrar os números.
Nova etapa via satélite
Em julho de 2025, o governo anunciou a expansão do programa com a inclusão de 4,1 mil escolas públicas em regiões remotas, que receberão conexão de alta velocidade via satélite.
O acordo firmado entre o Ministério das Comunicações, a Telebras e a Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace) prevê instalação de equipamentos, manutenção permanente e treinamento de equipes técnicas locais.
A Telebras será responsável por disponibilizar e operar a infraestrutura, enquanto a Eace destacou a relevância da parceria para reduzir desigualdades.
“Mais de 4 mil instituições terão acesso à internet de qualidade, mesmo em regiões onde a fibra óptica não chegou. Isso significa ampliar oportunidades e garantir equidade”, disse o diretor-geral da entidade, Flávio Santos.
O presidente da Telebras, André Leandro Magalhães, reforçou o caráter estratégico da medida. “Hoje selamos uma parceria que conecta mais do que escolas: conecta pessoas, oportunidades e futuros. Esse projeto é parte de uma missão nacional para transformar a educação por meio da tecnologia”, afirmou.
Investimentos e metas
A Estratégia Nacional de Escolas Conectadas prevê R$ 6,5 bilhões em investimentos até 2026, com recursos provenientes do Leilão do 5G, do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), da Lei 14.172/2021 e do Programa de Inovação Educação Conectada (PIEC).
Outros R$ 2,3 bilhões complementares estão destinados a iniciativas relacionadas, como geração de energia fotovoltaica em escolas sem acesso regular à rede elétrica.
O programa articula diferentes frentes já em execução, como o Wi-Fi Brasil, o Aprender Conectado, os programas Norte e Nordeste Conectados e ações de atendimento a escolas rurais. A integração dessas políticas permite ampliar o alcance territorial e combater de forma direta a exclusão digital no sistema de ensino.
Conectividade como política de Estado
Mais do que fornecer acesso à internet, o Brasil Conectado representa uma política pública estruturante. Ao priorizar estudantes e professores da rede pública, o programa cria condições para que o uso pedagógico das tecnologias digitais se torne parte da rotina escolar.
A conectividade permitirá, por exemplo, que escolas acessem plataformas educacionais, façam uso de bibliotecas digitais, ferramentas de ensino a distância e formação continuada de docentes.
No diagnóstico apresentado pelo governo, a desigualdade de acesso era um dos principais obstáculos para a universalização do direito à educação de qualidade. Enquanto escolas de grandes centros urbanos já contavam com algum tipo de conexão, milhares de unidades em áreas rurais ou remotas permaneciam isoladas. A meta até 2026 é conectar 100% das 137,8 mil escolas públicas brasileiras.
Governo investe R$ 759 milhões para inclusão digital em áreas remotas
No início de julho de 2025, o Governo Federal aprovou o repasse de R$ 759 milhões do Fust ao BNDES para financiar projetos de conectividade em todo o território nacional. Parte desses recursos é destinada diretamente à conexão de escolas públicas.
Segundo o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, “os recursos chegam a quem mais precisa. Pequenos provedores, que estão na linha de frente em áreas de difícil acesso, serão beneficiados, e nossas escolas públicas terão prioridade”.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou que a medida fortalece a economia digital e garante inclusão.
“Esses investimentos cumprem a prioridade do presidente Lula ao conectar escolas e negócios e transformar a realidade de crianças, jovens e empreendedores. Também ajudam a restaurar conexões em áreas atingidas por enchentes no Rio Grande do Sul”, afirmou no mês passado, no anúncio do recurso.