A semana no mundo: distorções políticas e retrocessos públicos ganham destaque internacional
Desinformação na França, desmonte da mídia pública nos EUA e impasses humanitários marcam a tensão da semana
Enquanto a extrema-direita francesa manipula dados para minar a legitimidade de Emmanuel Macron, os Estados Unidos enfrentam o impacto de decisões do governo Trump, que incluem o encerramento de uma histórica agência de mídia pública e o risco de destruição de um lote de anticoncepcionais financiado por verbas federais. A semana foi marcada por retrocessos institucionais e desinformação com potencial de impacto global.
Extrema-direita francesa espalha dado falso sobre Macron
Foto: Simon Dawson/WikiMedia Commons
A EuroVerify identificou uma informação manipulada amplamente divulgada por integrantes do Reagrupamento Nacional (RN), partido de extrema-direita francês. O dado falso afirma que apenas 7% dos franceses confiam no presidente Emmanuel Macron.
A imagem que circula nas redes sociais traz o logo do jornal Le Figaro no canto superior, mas a EuroVerify constatou que a versão original do post, publicado em outubro de 2024, apontava 17% de aprovação. O número “1” foi apagado, sugerindo uma tentativa de enganar o público.As pesquisas mais recentes indicam índices bem superiores: 28% de aprovação, segundo a emissora LCI, e 21%, segundo o jornal Les Échos.
Anticoncepcionais financiados pelos EUA podem ser incinerado
Mais de US$ 10 milhões em anticoncepcionais financiados pelos Estados Unidos estão armazenados na Bélgica e podem ser destruídos. O material, que inclui DIUs, anticoncepcionais injetáveis e cartelas de pílulas, seria distribuído pela USAID, agência encerrada durante o governo Trump.
Organizações como o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a MSI Reproductive Choices ofereceram-se para assumir o lote, mas segundo relatos, todas as propostas foram recusadas. O caso gerou protestos de entidades de saúde global que defendem a redistribuição dos insumos a países pobres.
Mídia pública dos EUA perde verbas e inicia processo de encerramento
A Corporation for Public Broadcasting (CPB) anunciou o fechamento gradual de suas atividades após ser excluída do orçamento federal de 2026: fato inédito em mais de 50 anos. A organização financiava jornalismo local, conteúdo educativo, alertas de emergência e programação cultural em todo o país.
A presidente da CPB, Patricia Harrison, afirmou que a entidade manterá uma equipe de transição até janeiro de 2026 para finalizar as obrigações legais, operacionais e financeiras.
(Com informações do Euronews)
