Mobilização ocorreu na manhã de 25/7, em São Paulo, convocado por organizações que subscreveram a Carta em defesa da soberania nacional

Ato lota Faculdade de Direito da USP em defesa da soberania nacional
Diretor da Faculdade de Direito, Celso Campilongo (ao centro) presidiu o ato em defesa da soberania. Foto: Sérgio Silva/FPA

“Não à tirania, soberania não se negocia”. Esta foi uma das frases de ordem que se ouviram nesta sexta-feira (25/7) em ato realizado no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, no Centro de São Paulo. O ato mostrou união de diversos segmentos sociais e correntes políticas e é uma reação às iniciativas do governo dos EUA que anunciou aumento de taxas contra produtos brasileiros, ao mesmo tempo que tenta direcionar os processos judiciais que correm contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O que está sendo ameaçada não é apenas a soberania do Brasil, é a ordem mundial. Hoje, é conosco, amanhã, sabe-se lá com quem se cada nação não colocar um paradeiro nisto”, destacou o professor Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito.

A instituição é uma das organizações que assinam a Carta em defesa da Soberania nacional, lançada há poucos dias (disponível aqui – https://www.soberanianacional.com.br/). Até o horário do ato, o documento já tinha o apoio de oito mil organizações e cidadãos.

Diz um trecho da carta: “Exigimos o mesmo respeito que dispensamos às demais nações. Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação, admoestação, que busquem subordinar nossa liberdade como nação democrática.

8 de Janeiro

“O que nós sabíamos e sabemos é defender a democracia. A população brasileira, resistente aos ataques do 8 de janeiro e às tramoias dos últimos anos, compreende que o sistema político que por ela zela é tão somente o que permite que o poder ela emane,” discursou Julia Wong, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto.

O ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, defendeu a mobilização e criticou a atuação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro. “É a soberania do povo brasileiro que exige que seus direitos sejam respeitados. E que não aceita ingerências externas nem dos falsos brasileiros que se reúnem em uma família como uma organização criminosa, esta que manda aos EUA um embaixador – entre aspas – para representar os interesses americanos e não os interesses brasileiros,” alertou.

Mobilização

Recém-eleito presidente do PT, Edinho Silva, elogiou a iniciativa do ato e reafirmou a independência do Brasil para lidar com os assuntos internos e externos. “Estamos vendo lideranças brasileiras que, em vez de defenderem os nossos interesses, defendem os interesses que agridem a economia brasileira e o Brasil enquanto nação,” declarou.

O Ato em defesa da soberania nacional mobilizou ministros de Estado, como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (ex-presidente da Fundação Perseu Abramo), líderes sindicais, juristas, vereadores e demais interessados.

A leitura da Carta coube à Cida Bento, doutora em Psicologia e presidente do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades, ao lado de Ana Elisa Bechara, vice-diretora da Faculdade. Em diversos momentos, os participantes lembraram a data de 25 de julho, quando se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Confira alguns momentos do ato realizado na Faculdade de Direito da USP:

Fotos: Sérgio Silva/FPA

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