Com teto nos preços e remédios gratuitos, governo amplia acesso e alivia gastos das famílias com saúde

Reajuste de medicamentos com Lula é o menor em 8 anos e fica abaixo da inflação
Agência Brasil

Os avanços promovidos pelo governo Lula, em apenas dois anos, abrangem todas as áreas — da reformulação do Bolsa Família à queda no número de pessoas desempregadas. Na Saúde, a história não é diferente, e a conquista da vez é o reajuste no valor dos medicamentos, que será o menor em oito anos.

O aumento será de apenas 3,83%, em média — índice que não ocorria desde 2018 — e fica abaixo da inflação acumulada no período, de 5,06%. O percentual foi divulgado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) na segunda-feira (31/3).

É importante lembrar que a medida não tem impacto automático no valor dos medicamentos para o consumidor. Com a publicação da resolução, cada fornecedor será responsável por fixar seus preços, respeitando os limites legais e suas estratégias diante da concorrência.

Para os medicamentos do nível 1, por exemplo, que possuem maior concorrência no mercado, os dados de 2024 mostram uma média geral de quase 60% de desconto pelos laboratórios fabricantes. Esse desconto pode ou não ser repassado aos consumidores pelas farmácias e drogarias. Em termos numéricos, esse nível corresponde a 40% das apresentações de medicamentos.

Teto de preços

Para os consumidores, a definição de um teto para o preço dos medicamentos busca garantir o acesso, já que impede aumentos excessivos e protege o poder aquisitivo da população. Já para o setor farmacêutico, o mecanismo permite compensar impactos de custos, o que é essencial para a continuidade do fornecimento de medicamentos.

Pela legislação brasileira, a CMED deve publicar anualmente uma resolução com o índice máximo de reajuste no preço de medicamentos. A medida visa proteger os consumidores de aumentos abusivos e, ao mesmo tempo, compensar eventuais perdas do setor farmacêutico para manter o fornecimento no país.

Para a definição dos novos valores, o conselho de ministros da CMED leva em consideração fatores como a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos e os custos não captados pela inflação, como o câmbio, a tarifa de energia elétrica e a concorrência de mercado.

Governo anterior

Durante a gestão de Jair Bolsonaro, os aumentos eram bem mais robustos e não tinham a preocupação de atender aos anseios do povo.

Para se ter ideia, em 2022 o então presidente autorizou o reajuste de até 10,9% nos preços dos medicamentos — o maior em uma década.

Um ano antes, o agora réu Jair Bolsonaro já havia autorizado aumento bem maior do que os ocorridos na gestão de Lula.

Farmácia Popular

Recentemente, o governo anunciou a total gratuidade do Farmácia Popular, com todos os 41 itens do programa — entre fármacos, fraldas e absorventes — sendo distribuídos de graça nas farmácias credenciadas.

Com a ampliação, fraldas geriátricas, por exemplo, passam a ser fornecidas gratuitamente para o público elegível, como pessoas com 60 anos ou mais e indivíduos com mobilidade reduzida, incluindo pacientes acamados ou cadeirantes. A dapagliflozina, medicamento utilizado no tratamento do diabetes associado à doença cardiovascular, também passou a ser ofertada pelo programa sem custos.

Neste ano, todos os 41 itens oferecidos pelo Farmácia Popular à população brasileira passaram a ser distribuídos gratuitamente. “Todos os remédios que a Farmácia Popular entrega para pessoas que têm uso continuado — aqueles que a pessoa precisa ter, como remédio para pressão, para diabetes, que tem de tomar obrigatoriamente — serão distribuídos gratuitamente para todo o povo brasileiro”, afirmou o presidente.

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a medida vai beneficiar diretamente mais de 1 milhão de pessoas por ano, principalmente idosos, que antes pagavam coparticipação em alguns insumos. O anúncio se estende a toda a população brasileira.

A Farmácia Popular do Brasil (PFPB) é um programa da Política Nacional de Assistência Farmacêutica do Governo Federal Brasileiro, criado em 13 de abril de 2004 pela Lei nº 10.858, durante o primeiro governo Lula.

Como é calculado o reajuste dos medicamentos no Brasil

A fórmula que define o preço máximo dos remédios leva em conta inflação, produtividade e custos do setor

  1. Inflação (IPCA)
    Peso principal da conta.
    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o ponto de partida, pois reflete a variação média dos preços no país.
  2. Produtividade da indústria farmacêutica
    Quanto mais eficiente, menor o reajuste.
    A CMED avalia a produtividade do setor — se as empresas estão produzindo mais com menos custo.
  3. Custos não captados pela inflação
    Custos específicos que não aparecem no IPCA.
    Como variação cambial (impacto na importação de insumos), tarifa de energia elétrica e outros fatores que afetam a cadeia produtiva.
  4. Concorrência no mercado
    Quanto maior a concorrência, menor o teto de preço.
    Medicamentos com grande oferta no mercado têm teto de reajuste mais baixo para proteger o consumidor.

A CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) publica todo ano uma resolução com o percentual máximo de reajuste permitido, garantindo equilíbrio entre acesso da população e viabilidade para o setor.