Popularidade de Lula encontra novo patamar em 2025, apontam Quaest e Datafolha
Levantamentos dos institutos Quaest e Datafolha mostram convergência nos níveis de avaliação do governo e indicam uma possível estabilização no cenário político. O texto é do Núcleo de Opinião Pública, Pesquisa e Estudos da FPA (NOPPE)

As mais recentes pesquisas Quaest e Datafolha captaram o movimento de aumento da reprovação ao governo Lula nos primeiros meses de 2025. Considerando os resultados de ambas e a comparação com as rodadas anteriores, é possível sugerir uma estabilização da queda de popularidade verificada até então.
O estudo da Quaest mostrou que, desde janeiro, a aprovação ao governo recuou de 47% para 41%, enquanto a reprovação subiu de 49% para 56%. Na escala que inclui a avaliação “regular”, a nota positiva caiu de 31% para 27%, e a negativa subiu de 37% para 41%; a avaliação regular oscilou de 28% para 29%. O campo foi realizado entre 27 e 31 de março.
Já na pesquisa Datafolha, cuja comparação é com a rodada de fevereiro — captando o pior tombo na popularidade do governo — a avaliação negativa oscilou de 41% para 38% e a positiva subiu de 24% para 29%. A avaliação de que o governo é regular manteve-se em 32%. O campo foi realizado de 1º a 3 de abril.
Dessa forma, verifica-se uma similaridade nos patamares de popularidade, na métrica utilizada por ambos os institutos (incluindo a avaliação regular). Como mostra o gráfico abaixo, a Quaest de janeiro detectou o início do aumento da reprovação, mas não o momento mais agudo, captado pela Datafolha em fevereiro. Agora, os números se aproximam, o que sugere possível estabilização do cenário.
O declínio generalizado da popularidade em diversos segmentos aparece de forma mais aguda em parcelas fundamentais à eleição de Lula — como já apontado em análises anteriores:
- Nordeste: queda de 7 pontos percentuais na aprovação e aumento de 9 p.p. na reprovação;
- Jovens: redução de 12 p.p. na aprovação e aumento de 12 p.p. na reprovação;
- Mulheres: queda de 6 p.p. na aprovação e alta de 6 p.p. na reprovação;
- Faixa até dois salários mínimos: recuo de 4 p.p. na aprovação e crescimento de 6 p.p. na reprovação.
Como resultado, segundo a Quaest, entre eleitores de Lula em 2022, a aprovação ao governo caiu de 81% para 72%, enquanto a desaprovação subiu de 17% para 26%.
A percepção de que a vida não melhorou com o novo governo permanece: segundo o Datafolha, apenas 28% dizem que a vida melhorou após a posse de Lula, número estável desde julho de 2024 (26%). Já os que afirmam que a vida permanece igual caíram de 51% para 42%, e os que relatam piora subiram de 23% para 29%. Para 55% dos entrevistados, a economia do país piorou.
A Quaest mostra que 56% acreditam que o Brasil está na direção errada — 10 pontos a mais que em dezembro de 2024. A mesma proporção afirma que a economia piorou. O impacto da inflação é percebido por 88% (alimentos) e 70% (combustíveis). Para 81%, o poder de compra está hoje pior do que há um ano.
Em relação às prioridades da população, a violência lidera como maior preocupação para 29% dos brasileiros, seguida por questões sociais (23%) e economia (19%). Já o Datafolha registra 22% apontando a economia como principal problema, seguido de saúde (22%) e violência/insegurança (11%).
Os dados sugerem que há uma demanda generalizada por bem-estar e melhoria das condições de vida — especialmente em relação ao custo de vida, poder de compra, serviços públicos e segurança.