As divergências entre Forza Italia e Liga sobre a guerra na Ucrânia e a segurança europeia colocam Giorgia Meloni em uma posição política delicada

Rearmamento da UE divide governo italiano
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A Liga e Forza Italia e seu principal grupo de apoio, os parceiros juniores da coalizão,  têm posições opostas sobre a guerra na Ucrânia e o plano da Comissão Europeia para reforçar a segurança da Europa, o que deixa a primeira ministra Giorgia Meloni, em uma situação política delicada.

Antonio Tajani, do Forza Italia (Partido Popular Europeu), e Matteo Salvini, da Liga (Patriotas pela Europa), ambos deputados de Meloni que atuam respectivamente como ministro das Relações Exteriores e ministro dos Transportes, estão causando dificuldades, pois suas ações conflitam com os interesses da UE em relação ao conflito na Ucrânia. 

No entanto, eles têm divergido há algum tempo sobre questões-chave de política externa: além da ajuda militar à Ucrânia, o plano de rearmamento da UE e as relações com o governo de Donald Trump nos EUA.

As questões relacionadas à Ucrânia e ao rearmamento da UE estão criando divisões dentro do governo italiano, em parte devido às posições distintas dos parceiros de coalizão. O conflito na Ucrânia e as decisões sobre ajuda militar tornaram-se pontos de divergência, especialmente entre Forza Italia e A Liga, que têm lideranças com perspectivas diferentes sobre como lidar com esses desafios de segurança.

Antonio Tajani, do Forza Italia, apoia uma abordagem mais tradicional e alinhada às políticas da UE e dos aliados ocidentais, incluindo apoio à Ucrânia. Em contraste, Matteo Salvini, da Liga, frequentemente expressa ceticismo em relação ao envolvimento contínuo e profundo em questões militares, preferindo uma política mais independente em relação à UE e aos EUA.

Essas diferenças são ampliadas no contexto do rearmamento planejado pela UE, que visa aumentar a capacidade de defesa europeia. Enquanto alguns veem isso como uma medida necessária para a segurança coletiva, outros argumentam que pode ser uma escalada desnecessária.

Essas tensões não só complicam a formulação de uma política externa coesa por parte do governo italiano, mas também acrescentam pressão sobre a primeira-ministra Giorgia Meloni, que precisa equilibrar esses interesses conflitantes para evitar uma crise política interna.

Até o momento, Giorgia tem conseguido equilibrar as posições concorrentes de seus parceiros juniores. Ela adotou uma posição radical pró-Ucrânia, ao mesmo tempo em que descartou o envio de tropas italianas para a zona de conflito como uma contribuição para as garantias de segurança no caso de qualquer acordo de paz.

Com informações da Euronews