Erros do mercado financeiro não são deslizes, atendem a um projeto, por Alberto Cantalice
Espera-se que a autoridade monetária, rompidos os espasmos da especulação, retorne com a trajetória dos cortes dos juros
Os sucessivos erros dos agentes do mercado financeiro sobre o futuro da economia brasileira transcendem, em muito, as raias do absurdo. Os índices que conquistaram, de 95% de previsões erradas, aponta um padrão: ou é burrice dos economistas, todos bem remunerados para a prática de pitonisa, ou é uma atitude coordenada com objetivo claro de fragilizar o governo e especular com os juros e a moeda.
Dada a formação acadêmica de muitos deles – alguns com títulos nas universidades de alto padrão norte-americanas, pode-se inferir que é para uso especulativo mesmo, não burrice.
Uns, mais acostumados ao posto de boneco de ventríloquo dos financistas, propalam que o crescimento do emprego e dos programas sociais são os geradores dessa inflação de demanda que acomete os gêneros alimentícios brasileiros. É crível que em um país com tantas desigualdades sociais alguém em sã consciência defende o aumento do desemprego? Beira a maldade.
A inflação na cesta básica, principalmente em itens como café, grãos e carne bovina, além da crise climática, é impactada pelas exportações cada vez maiores dessas commodities para o exterior.
O desmonte dos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e o fim do estoque regulador de mercadorias deixou ao alvitre dos produtores o estabelecimento do preço máximo. o que pesa sobre a população. A remontagem do estoque regulador deve ser prioridade máxima do atual governo do presidente Lula. E aí que as forças do atraso esperam cavalgar em 2026.
Real x moedas estrangeiras
Outro dado significativo é a atual valorização do Real frente ao dólar e ao euro. No mês de janeiro o Real brasileiro foi a moeda que mais se valorizou no mundo. Isso nos permite asseverar que o movimento de alta do dólar no final do ano passado era uma espécie de chantagem sobre a política econômica do governo e uma ordem unida para o aumento da Taxa Selic.
A alta dos juros afeta a balança de pagamentos e impacta diretamente no preço dos alimentos exportáveis. Foi uma atitude desmedida e temerária. O aumento dos juros, aumenta o desembolso com a dívida pública, concentrando renda e riqueza e dificulta o cumprimento das metas do Novo Arcabouço Fiscal.
Espera-se que a autoridade monetária, rompidos os espasmos da especulação, retorne com a trajetória dos cortes dos juros.
O cenário nacional da economia é de otimismo. Mesmo as estapafúrdias ameaças e ações do bufão da Casa Branca tem pouca efetividade na economia brasileira. Quem se importa muito com o que ele brada, são os vira-latas da extrema direita e os especuladores de sempre. O Brasil é dos brasileiros!