Plutocracia das plataformas tenta, via ‘trumpismo’, dominar o mundo
O embate permanente ganha novos contornos, mas, nada que possa nos tirar do rumo estabelecido nas eleições de 2022: unir e reconstruir o Brasil para continuarmos avançando.
O retorno de Donald Trump à Casa Branca, longe de representar um mero soluço da democracia liberal, significa a consagração na maior economia do mundo, na maior força militar e dominante na indústria cultural, uma regressão reacionária.
Mais significativo do que o ascenso de Margaret Thatcher, na Inglaterra, e Ronald Ronald Reagan nos EUA, entre o fim da década de 1970 e início da década de 1980. Trump cuja posse fez a festa dos bilionários estadunidenses estava cercado dos plutocratas da indústria armamentista, do petróleo e das big techs (os novos reis do capitalismo de plataforma).
A ascensão do trumpismo não é um caso isolado: faz parte de uma concertação já anunciada por um dos seus ponta de lança, Steve Bannon, de apoio ao extremismo direitista nas disputas eleitorais mundo afora. Ameaçou abertamente a Alemanha e a França e sinalizou apoio ao filho do capitão inelegível para o pleito futuro aqui no Brasil.
Essa ação de Bannon foi antecedida pelos ataques proferidos pelo plutocrata e atual Secretário (ministro) de Trump Elon Musk, ao primeiro-ministro trabalhista inglês Keir Starmer, acusando-o de conivência a supostos crimes cometidos por imigrantes mulçumanos na Grã-Bretanha. O que é uma fake news. Outras sinalizações perigosas são a “ameaça” da tomada do Canal do Panamá e a anexação do Canadá e da Groenlândia, sob controle da Dinamarca. Um país membro da OTAN.
Pode ser bravata? Pode.
Não seria a primeira vez, dado que o atual presidente é pródigo por discursos fortes para mobilizar suas bases conservadoras e supremacistas e às vezes recuar.
Entretanto, o que se depreende da vitória esmagadora de Trump, com maioria na Câmara e no Senado e também com a simpatia majoritária da Suprema Corte, é que parte fundamental do povo Norte-Americano se ressente do enfraquecimento do país motivado pela desindustrialização e pela competitividade dos produtos estrangeiros. A desindustrialização foi motivada pela migração das plantas industriais para a China e para os demais países da periferia do capitalismo em busca de menores custos de produção. Isso não tem volta. Seria um ataque frontal ao chamado “Laissez faire”, um dos componentes principais do neo e do ultraliberalismo.
O que se avizinha é o estabelecimento de uma guerra de sanções e sobretaxas ancoradas numa máquina de propaganda jamais vista na história da humanidade. Por isso se destaca o apoio dos capitães da indústria 4.0, o capitalismo dos fundos de investimento e de plataformas.
Com toda a certeza os Brics estarão na mira. O crescimento da China, da Índia e do Brasil atrapalham essa equação. Não à toa o apoio sistemático à Javier Milei com a aplicação do receituário ultraliberal como uma espécie de experimento. Há, também, a busca por bodes expiatórios da degradação estadunidense afundada nas drogas ilícitas, nos sem residências e no encarceramento.
Hoje, praticamente 1% da população se encontra cumprindo pena por algum delito. Sem saída e incapaz de romper as amarras da ultra concentração de rendas e riquezas, a extrema direita elegeu os imigrantes como responsáveis pelas mazelas da nação.
A fuga para a cultura woke implementada por franjas do Partido Democrata com o apoio de parte da plutocracia fez água. Vide os resultados eleitorais.
Nós brasileiros temos que continuar trabalhando para o crescimento do país sem descuidar um minuto da disputa com o extremismo direitista. O embate permanente ganha novos contornos, mas, nada que possa nos tirar do rumo estabelecido nas eleições de 2022: unir e reconstruir o Brasil para continuarmos avançando.
A Luta continua!