Chacina em Tremembé: governo federal atua para garantir justiça e proteção aos assentados
Ataque brutal a lideranças do MST acende alerta para a segurança no campo e mobiliza ações do governo Lula e autoridades nacionais
A chacina ocorrida no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP), na noite de 10 de janeiro, abalou o país e gerou uma resposta imediata do governo federal. O ataque resultou na morte de dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e deixou seis feridos. Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o envolvimento direto da Polícia Federal (PF) e expressou solidariedade às vítimas e suas famílias.
Ataque brutal e resposta das autoridades
Os dois mortos, Gleison Barbosa, de 28 anos, e Valdir Nascimento, de 52, estavam reunidos com outros assentados quando criminosos invadiram o local e abriram fogo. O assentamento, regularizado há duas décadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), abriga 20 famílias que lutam pela permanência na terra.
No sábado (11), o presidente Lula entrou em contato com Gilmar Mauro, coordenador nacional do MST, reafirmando seu compromisso com a investigação do caso e determinando ações enérgicas. No mesmo dia, o Ministério da Justiça ordenou que a PF instaurasse um inquérito e enviasse uma equipe especializada ao local para conduzir as investigações.
A Polícia de São Paulo prendeu Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”, identificado como mentor do crime. Um segundo suspeito, Ítalo Rodrigues da Silva, está foragido. A motivação do ataque estaria relacionada a interesses imobiliários na área.
Repercussão e apoio do governo federal
Ministros do governo Lula, incluindo Paulo Teixeira (Reforma Agrária) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos), viajaram à região para prestar assistência e acompanhar os desdobramentos. Eles também participaram dos funerais das vítimas e dialogaram com as lideranças locais para reforçar o compromisso do governo com a proteção dos assentados.
O Ministério dos Direitos Humanos ressaltou a necessidade de fortalecer políticas de proteção a defensores de direitos humanos, alertando para os riscos crescentes enfrentados por lideranças do campo.
Interesses e disputas no Olga Benário
O assentamento Olga Benário, localizado em uma área cobiçada no Vale do Paraíba, é alvo constante de pressões de especuladores imobiliários. O MST denunciou que o ataque é parte de uma escalada de ameaças e intimidações contra as famílias assentadas, que resistem à venda ilegal de lotes na região.
Em nota, o MST classificou o crime como um “atentado contra a reforma agrária e os direitos humanos”. O Partido dos Trabalhadores (PT) também se pronunciou, exigindo ação enérgica das autoridades estaduais e federais para punir os responsáveis e desarticular as redes criminosas por trás do ataque.
Investigação em andamento
A Polícia Civil, em parceria com a PF, segue investigando o caso. “Nero do Piseiro” confessou o crime e colaborou ao indicar o paradeiro de outros envolvidos. O delegado Marcos Ricardo Parra destacou a gravidade e a violência do ataque, reforçando a necessidade de medidas firmes para garantir justiça.
Enquanto isso, o governo federal reforça seu apoio às famílias do assentamento, buscando garantir segurança, justiça e a continuidade da luta pela reforma agrária. A resposta imediata às atrocidades em Tremembé reflete o compromisso do governo Lula em proteger os direitos humanos e combater a violência no campo.