Com mais de 34 mil mortos, boa parte crianças, a Palestina sofre novos ataques, apesar das tentativas de cessar-fogo

Foto: Reprodução Planalto/Secom

A populosa cidade de Rafah, onde vive boa parte dos palestinos expulsos da área ao norte da Faixa de Gaza, no início do conflito com Israel, está sob ameaça. Nesta segunda-feira (6), forças militares israelenses alertaram a população para ataques na região.

“As FDI vão fazer uma operação contra as organizações terroristas na área onde você está localizado”, lê-se em um dos panfletos distribuídos, segundo agências de notícias. Famílias inteiras se deslocam debaixo de chuvas com dificuldade de encontrar um local de refúgio, pois as áreas que cercam a região seguem lotadas.

De acordo com informações da Reuters, Israel já promove ataques na zona leste de Rafah, mesmo com as notícias sobre a possibilidade de um cessar-fogo. Foram mais de 50 alvos atingidos, além da preparação para o ataque terrestre. No domingo (5), representantes do Hamas e do Ministério da Defesa israelense estiveram no Cairo, no Egito, para a negociação de uma trégua. O noticiário internacional informa que o Hamas teria aceito os termos para a pausa no conflito, mas Israel nega e aponta que ainda estuda as possibilidades de um acordo.

Caso entre em vigor, a pausa será a primeira desde novembro, quando os combates foram interrompidos; desde então, foram meses de tentativas fracassadas de interrupção do conflito, libertação de reféns e da necessária entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Um funcionário da ONU acusou, neste domingo (5), Israel de continuar a negar o acesso humanitário da entidade à Faixa de Gaza. A organização aponta que há um alerta de “fome total” no norte do território palestino para cerca de 2,3 milhões de pessoas. Os números de mortos evidenciam a disparidade entre o poder de fogo e a intencionalidade entre os dois povos. Há registros de mais de 34.622 palestinos mortos e mais de 77.867 feridos. Somente nos quatro primeiros meses de conflito, foram mortas mais de 12 mil crianças, sem contar as estimativas de mais de 17 mil menores de idade desacompanhados nos acampamentos de refugiados, de acordo com a ONU. Nessa perspectiva, analistas políticos apontam que não há outra classificação para o que está em curso que não seja a de genocídio.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou na última quarta-feira, feriado do Dia do Trabalhador, que seu país vai romper relações diplomáticas com Israel. “Aqui, diante de vocês, o presidente da República informa que amanhã as relações diplomáticas com o Estado de Israel serão rompidas”, disse. Outros países como Chile e Colômbia chamaram seus embaixadores de volta, enquanto a Bolívia rompeu relações ainda em outubro. Lula fez declarações criticando a brutalidade da ofensiva de Israel.

Nos Estados Unidos, o epicentro dos protestos em favor da Palestina é a Universidade de Columbia, em Nova York, onde a polícia foi autorizada a intervir em duas ocasiões resultando em 207 prisões. No total, 2.300 pessoas foram presas em 52 universidades norte-americanas. A direção da Columbia anunciou nesta segunda-feira que a tradicional cerimônia de formatura foi cancelada e será substituída por uma comemoração menor neste ano.

Os próximos capítulos do conflito devem ser definidos nos próximos dias a depender das ações promovidas em Rafah, que atualmente conta com uma população estimada de 1,2 milhão, segundo a Organização das Nações Unidas; a população anterior era de 280 mil pessoas.



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