Banco dos BRICS, NDB vai destinar US$ 1 bilhão a pequenas e microempresas. É dinheiro para ajudar a reativar a economia nacional e será repassado ao BNDES

Lula e Dilma voltam a atuar juntos durante a 15a Cúpula dos BRICS, em Johannesburgo

A chegada da ex-presidenta Dilma Rousseff ao Banco dos BRICS foi saudada pelos chefes de Estado das cinco nações que integram o grupo — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul como a possibilidade do fortalecimento das economias emergentes para projetos de infraestrutura nos países do Sul Global. Agora, os recursos voltam com força para a economia nacional. O governo brasileiro foi autorizado a pegar um empréstimo de US$ 1 bilhão do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). 

Os recursos serão destinados ao Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI), a ser executado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), presidido pelo economista Aloizio Mercadante. 

Desde sua criação, em 2015, o banco apoiou 98 projetos de investimento, correspondendo a aproximadamente US$ 33 bilhões. Apenas para 2023 e 2024, existe a previsão de aprovar 76 projetos, que totalizam mais de US$ 18,2 bilhões.

“Como uma instituição voltada para países em desenvolvimento e economias emergentes, o NDB está fortemente empenhado em promover a inclusão social e de gênero”, comentou Dilma, durante seu discurso na 15ª Cúpula dos BRICS, realizada em Joanesburgo em agosto. “A capacidade de gerar prosperidade é a base para essa inclusão”.

A presidenta do Banco dos BRICS acredita que a instituição financeira multilateral em muito espaço para crescer. “Vamos nos transformar em um banco importante para países em desenvolvimento e mercados emergentes”, aposta. “Nosso foco tem que ser isso: um banco feito por países em desenvolvimento para si mesmos”.

O anúncio do empréstimo de US$ 1 bilhão já havia sido feito por Aloizio Mercadante durante o lançamento do Novo PAC, no Rio de Janeiro, no mês passado. “Nós precisamos de mais Estado, e nós viemos para isso”, discursou, celebrando o protagonismo dos bancos públicos. “Não temos como ser Brasil sem ser grande. Uma grande nação só se constrói planejando e executando a sua visão portadora de futuro”.

O NDB pretende fazer a emissão de títulos em reais, tal qual as operações feitas para o lançamento de bonds em yuans e rands, as moedas da China e África do Sul, respectivamente.  Na cúpula do BRICS, Dilma relatou aos líderes que o banco, nos últimos cinco meses, retornou ao mercado 13 vezes, levantando fundos em dólares americanos, dólares de Hong Kong e yuans chineses e rands sul-africanos, no valor total de US$ 4,3 bilhões. A primeira emissão na África do Sul foi de 1,5 bilhão de rands, ou cerca de US$ 80 milhões.

“Estamos em estágio avançado de obtenção das aprovações necessárias para emitir títulos em rúpias na India e também iniciamos estudos legais para nos capacitar a captar recursos em reais brasileiros”, disse. A expectativa é de que a operação em rúpia na India ocorra já em outubro. Conforme o plano do banco 2022-2026, 30% de todo o financiamento fará uso de moedas dos países membros.

“Estou comprometida em garantir que nosso trabalho seja feito sem impor condicionalidades ligadas a qualquer política pública ou projeto privado. Nosso apoio financeiro é fornecido sem condições onerosas”, lembrou. •

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