Tentativa do governo de ganhar cheque em branco do Congresso com PEC eleitoreira mostra o descaramento do Planalto. Depois de quatro anos de massacre do povo, governo “acorda para crise

 

 

O desespero do governo Bolsonaro é tamanho, que na última semana, o governo apelou para uma medida eleitoreira e golpista, com o incremento de benefícios sociais, medida ilegal, por se tratar de ano eleitoral. O governo neofacista massacrou o povo brasileiro durante quase quatro anos, e aos ‘45 do segundo tempo’, tenta burlar a legislação com intuito de cometer crime eleitoral.

O governo genocida de Bolsonaro arrastou o Brasil de volta ao Mapa da Fome, com 33 milhões de brasileiros em situação famélica. Os indicadores econômicos retrocederam 10 anos, além com a destruição da renda e do poder de compra da classe trabalhadora.

Os bolsonaristas conseguiram destruir o Bolsa Família, um programa de transferência de renda reconhecido e premiado em uma centena de países. Em seu lugar, criaram um programa provisório — o Auxílio Brasil — que dura até dezembro, sem orçamento e sem critério para atender as famílias mais numerosas, que têm mais crianças. E, agora, o governo encaminha no Senado uma Emenda Constitucional que propõe o reconhecimento de Estado de Emergência.

A chamada PEC do Desespero prevê aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, valor que historicamente a bancada do PT sempre defendeu. O governo também propõe aos caminhoneiros um auxílio de R$ 1.000, que é insuficiente.

O Planalto quer enganar os trabalhadores do transporte, porque não mexe onde deveria para resolver o problema. Ou seja, no Preço de Paridade de Importação (PPI), que dolarizou o preço dos combustíveis. Por isso o diesel, a gasolina e botijão de gás estão nas alturas. E os motoristas de táxi, aplicativos e vans escolares? Foram abandonados ao mercado.

Sobre o vale-gás, projeto de autoria petista, a PEC aprovada no Senado, no dia 30, dobrou o valor do benefício, que bancará um botijão de gás a cada dois meses. Atualmente o valor equivale a meio botijão. No entanto, o projeto do PT aprovado previa que 24 milhões de famílias recebessem o vale, e não apenas 5,5 milhões, como as que atualmente recebem o benefício.

O impacto fiscal de todas as ações será de cerca de R$ 41,2 bilhões. Este programa não é estruturado, não é federativo. É um arranjo, um improviso. E têm prazo de validade: vale só até a eleição.

As ações do governo Bolsonaro tiram dos pobres para entregar aos super-ricos. A inflação real na área da alimentação, que impacta a vida do povo, é três vezes superior à inflação geral e já está em quase 28%, destruindo do poder de compra da população.

O Brasil precisa enfrentar essa crise, mas com um programa que seja consistente a fim de gerar empregos, realizar obras públicas, valorizar o salário mínimo, implantar programa social de transferência de renda. E não um programa provisório e eleitoreiro.

Precisamos abrir um diálogo com a sociedade, mas com propostas consistentes para a recuperação da economia, o que não conseguiremos adotando esses arranjos. E, menos ainda, decretando emergência depois de quase quatro anos de desgoverno. A única emergência é a eleitoral. O governo está derrotado.

Nosso papel no Parlamento é representar o povo, fiscalizar e propor soluções mais definitivas. O país precisa de soluções estruturantes, e não entrar na aventura eleitoreira e criminosa do governo Bolsonaro.   •