Centrais denunciam carestia de Bolsonaro
Entidades sindicais anunciam a convocação de atos em todo o país em protesto contra a alta da inflação e em defesa da democracia brasileira. “Está mais do que na hora de dar um basta!”, diz a nota assinada pelas nove centrais de trabalhadores
As principais centrais sindicais brasileiras voltaram a manifestar preocupação com o aprofundamento da crise econômica e social que o Brasil enfrenta e anunciaram que estão convocando a realização de manifestações em todo o país contra a carestia e em defesa da democracia, constantemente ameaçada pelo presidente Jair Bolsonaro. “Está claro que o atual governo não tem capacidade ou interesse em debelar as causas da crise econômica e social”, alertam as organizações dos trabalhadores.
Segundo as entidades, a situação é grave com metade da população em insegurança alimentar, mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados, e 4 milhões em situação de desalento. Reunião das centrais ocorrida na quarta-feira, 17, resultou em uma nota de mobilização do movimento sindical brasileiro para uma grande campanha que deverá nortear as ações da classe trabalhadora ao longo de 2022.
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central Sindical CSP (Conlutas), Intersindical Central da Classe Trabalhadora e a Pública Central do Servidor divulgaram nota, cuja íntegra segue:
Contra a carestia e em defesa da democracia
Tendo em vista as carências da classe trabalhadora em meio a uma conjuntura marcada pela carestia, aumento da fome e da pobreza, aumento da inflação, redução da renda e alta taxa de desemprego, as centrais sindicais, após reunião realizada em São Paulo em 17 de maio de 2022, apontam que a luta contra a carestia e a defesa da democracia deverão nortear as ações do movimento sindical brasileiro ao longo deste ano.
Já está claro que o atual governo não tem capacidade ou interesse em debelar as causas da crise econômica e social. O governo até agora, depois de mais de três anos no poder, não apresentou nenhuma política consistente de desenvolvimento e geração de empregos. Ao contrário, implementa uma gestão voltada ao receituário de privatizações, cortes orçamentários e aumento da taxa de juros.
Como se não bastasse, não resolver a crise buscando caminhos que só a aprofundam, o governo ainda cria problemas de outra ordem, ameaçando, frequentemente, a estabilidade da democracia brasileira e o retorno do golpismo e da ditadura.
Conclamamos aos trabalhadores brasileiros reforçar a mobilização contra a fome, a miséria e em defesa da democracia:
trabalhando pela unidade das centrais sindicais como forma de intensificar a luta;
ampliando a resistência sobre as investidas aos direitos trabalhistas no legislativo e judiciário;
apoiando e processo eleitoral que acontecerá em outubro;
fortalecendo as campanhas salariais das diversas categorias como uma forma de luta unitária contra a carestia;
convocando atos nacionais, regionais e locais contra a carestia, a miséria, o desemprego e a defesa da democracia.
Esperamos com tais ações e mobilizações suscitar o debate entre a população acerca da necessidade de mudança da atual rota política e econômica que só beneficia os mais ricos e de apoiar um projeto de desenvolvimento econômico baseado na industrialização, geração de empregos de qualidade, valorização do salário mínimo e da renda do trabalhador, justiça social e soberania.
Está mais do que na hora de dar um basta! Por isso, convocamos todas as instituições democráticas a se unirem pela melhoria das condições da população, na defesa da democracia e contra o golpismo.
Sérgio Nobre,
Presidente da CUT
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah
Presidente da UGT
Adilson Araújo
Presidente da CTB
Antonio Neto
Presidente da CSB
Oswaldo Augusto de Barros
Presidente da NCST
Atnágoras Lopes
Secretário-executivo da Conlutas
Nilza Pereira
Secretário-geral da Intersindical
José Gozze
Presidente da Pública
Central do Servidor