É a economia, galera!

Brasileiros se preocupam com o aperto financeiro e as dificuldades de se alimentarem e pagarem as contas. Não há eco para as bravatas do inominável que está no Planalto. No Ipespe, Lula lidera com 44%

 

 

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro aposta no enfrentamento aos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o verdadeiro problema para os brasileiros é a falta de dinheiro no bolso, a economia. Neste artigo, trazemos as análises do Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos (Noppe), da Fundação Perseu Abramo, sobre levantamentos recentes divulgados pelos institutos.

De acordo com o Ipespe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida presidencial com 44% das intenções de voto em primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%, que busca a reeleição. Em sequência, aparecem os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 8%, João Doria Janones (PSDB), com 3%, André Janones (Avante), com 2% e Simone Tebet (MDB), com 1%.

Nas simulações de segundo turno, Lula lidera com 54% contra 35% de Bolsonaro, e 52% contra Ciro Gomes, com a 25%. A rejeição eleitoral de Bolsonaro é de 59%, a mais alta entre os candidatos, seguido por Doria (55%), Lula (43%) e Ciro (42%).

É a economia, galera!

O instituto mensura a rejeição ao questionar os entrevistados se conhece o candidato, se votaria com certeza, se poderia votar ou se não votaria de jeito nenhum – esta última sendo a medida de rejeição. O Ipespe mostra que 55% dos brasileiros votariam em Lula – somando os que com certeza votariam com os que talvez votariam, praticamente o número que o ex-presidente alcança no segundo turno. O potencial de votação de Bolsonaro é de 40%.

Segundo a CNT/MDA, realizada com metodologia telefônica (diferente das anteriores do instituto que eram presenciais), 45,7% dos brasileiros veem a eleição de 2022 mais polarizada que a 2018, enquanto 11,6% consideram o pleito atual menos polarizado, e 34,2% não veem diferença entre ambos.

O Ipespe demonstra que os brasileiros esperam que o próximo presidente priorize a questão econômica, a educação e saúde. Segundo o instituto, 26% dos brasileiros esperam que a prioridade seja o combate à inflação, enquanto 15% veem o desemprego como questão central, 7% a fome/miséria e 1% os salários – um total de 49% mencionando questões econômicas.

Para 24%, a educação deve ser prioridade, enquanto a saúde é mencionada por 15%. O tema da corrupção é prioridade para 6% da população. Os dados reforçam as avaliações do NOPPE, que com base nas últimas pesquisas tem apontado que o tema econômico é o centro da agenda: 98% sentem o impacto inflacionário, segundo o Ipespe, e 63% esperam aumento dos preços nos próximos meses. A economia está no caminho errado para 62% dos brasileiros e 51% reprovam o governo. E 32% avaliam o governo como ótimo ou bom.

De acordo com a CNT/MDA, somente 28,7% tem expectativa de aumento na renda no próximo período, e 39,3% esperam melhora no emprego. Mas 51% esperam manutenção da renda e 17,7%, a diminuição. Nada menos que 19,9% avaliam que a situação do emprego irá piorar, e 38,4% que irá se manter.

Enquanto o presidente da República segue apostando no conflito com o STF e seus ministros, por um lado, e com o TSE e a organização das eleições, de outro, a população não adere aos seus discursos – o que está na ordem do dia é a economia.

Segundo a Quaest, 45% dos brasileiros consideram que o indulto dado ao deputado Daniel Silveira foi errado, enquanto 30% consideram certo e 25% não souberam responder. 75% dos brasileiros confiam, em algum grau, nas urnas eletrônicas – somente 22% não confiam. Segundo a CNT/MDA, 68% confiam nas urnas e 28,6% não confiam.