Haddad lidera a disputa em São Paulo
Pesquisa realizada pela Quaest mostra o ex-prefeito com 30% na corrida pelo governo paulista. Ele está consolidado na liderança e cresceu 6 pontos. Ele critica o governo federal e ajuda a estabelecer uma cunha progressista no maior estado brasileiro
As eleições para o governo de São Paulo mostram um quadro consolidado para o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, que segue avançando na liderança da disputa. Candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, Fernando Haddad cresceu 6 pontos e lidera a pesquisa para a disputa do governo, com 30% das intenções de voto, segundo levantamento da Quaest, sob encomenda da corretora Genial Investimentos. Em simulações de 2º turno, Haddad também lidera em todos os cenários.
Em segundo lugar, no primeiro turno, está o ex-governador Márcio França (PSB), que tem 17%. Os outros dois candidatos com algum peso político seguem atrás, mais distantes: o candidato de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas (Republicanos), que tem 10% e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), com 5%.
Felício Ramuth (PSD), Gabriel Colombo (PCB), Vinicius Poit (Novo), Altino Junior (PSTU), Elvis Cezar (PDT) e Abraham Weintraub (PMB) registraram 1% cada um. Os indecisos somam 14% na pesquisa estimulada. O único candidato a variar acima da margem de erro foi Haddad, o líder da pesquisa.
Em um cenário sem Márcio França, o ex-ministro da Educação amplia a liderança e chega a 37%. Tarcísio alcança 12% e Garcia, 8%. Em um eventual cenário sem o ex-prefeito, França lidera com 29%, Tarcísio tem 12% e Garcia, 9%.
Se a eleição no segundo turno ocorresse agora, Fernando Haddad seria imbatível. O petista supera todos os outros candidatos. Contra Márcio França, Haddad teria 38% ante 32%. Ele ainda vence o bolsonarista Tarcísio Freitas por 45% a 23%, e também o tucano Rodrigo Garcia por 44% a 21%.
Diretor da Quaest, Felipe Nunes analisa os dados da pesquisa. Ele aponta que Haddad teve crescimento significativo. “No cenário com Márcio França, Haddad passou de 24% para 30% entre março e maio/22. Sem França, ele foi de 31% para 37% no mesmo período”, comenta.
Apesar disso, Felipe lembra um fator que ameaçar a liderança do petista. “Ao contrário do que acontece com a eleição presidencial, apenas 36% dos eleitores dizem que sua intenção de voto é definitiva”, afirmou.
O levantamento da Quaest mostra que a vantagem de Haddad sobre os outros candidatos aparece principalmente entre as mulheres, os jovens e os eleitores que votam em Lula em São Paulo. França e Tarcísio se dão melhor entre os homens, os mais velhos e os eleitores de Bolsonaro.
Sobre o cenário eleitoral, Felipe Nunes aponta que a rejeição ao bolsonarismo é um problema para o ex-ministro Tarcísio Freitas. “Ainda é alto o percentual de eleitores que afirmam que Bolsonaro não merece um novo mandato (62%). Na consulta de março, a primeira da série de pesquisas estaduais, este número era de 68%”, aponta.
Outro ponto da análise do diretor do instituto de pesquisa é que a eleição em São Paulo mostra vantagem de Haddad, mas é difícil prever ainda quem vai para o segundo turno com ele. Os outros três candidatos tem boas condições de ocupar esse segundo lugar a depender da variável usada para projetar potencial eleitoral.
Sobre as expectativas da população, outro dado que chama atenção na pesquisa é o aumento significativo de eleitores que afirmam que a violência é o principal problema que São Paulo. “Em março, 7% diziam isso. Neste mês, já são 14%”, comenta Felipe Nunes.
“A volta à normalidade no pós pandemia parece estar criando um efeito de explosão de insegurança nas pessoas”, aponta. “Embora em queda, o percentual de preocupados com a economia continua majoritário: 30%”.
O levantamento da Genial/Quaest foi realizado entre 6 e 9 de maio, com 1.640 entrevistas presenciais domiciliares em 76 municípios. A margem de erro é de 2.4 pontos percentuais com 95% de nível de confiabilidade. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-09290/2022 e SP-00620/2022. •