Frente ampla quer a volta dos cuidados com o ensino básico

Encontro promovido por Todos pela Educação debateu propostas para desenvolvimento do ensino básico. Legado do PT na área foi reconhecido

 

A ONG Todos Pela Educação reuniu lideranças políticas, empresariais e profissionais da área da educação de todas as regiões do Brasil em seu encontro anual, realizado na semana passada em São Paulo. O objetivo era discutir políticas públicas e ações para desenvolver o ensino básico.

Aloizio Mercadante, ex-ministro da Educação, falou em nome de Luiz Inácio Lula da Silva. Mercadante criticou o desmonte dos programas criados para a formação continuada de professores, citou o Mais Educação, a tentativa de enfraquecer o Fundeb e comparou o tamanho do orçamento da Educação durante os governos do PT com o quanto ele vem diminuindo nos últimos anos. Além desses, Aloizio Mercadante lembrou da importância do Fies, do Prouni, do Ciências sem Fronteiras, Enem, Sisu e Reuni, entre outros. “Tudo o que foi destruído ou abandonado nestes últimos anos precisa ser recuperado com urgência”, concluiu o ex-ministro, que preside a Fundação Perseu Abramo e coordena a construção do plano de governo do ex-presidente Lula.

A apresentação feita por Aloizio Mercadante foi a única presencial. As propostas dos demais candidatos foram apresentadas em vídeos gravados, transmitidos no telão do evento. O presidente da República, Jair Bolsonaro, foi o único que se recusou a responder à ONG Todos Pela Educação. Durante o evento foram apresentados exemplos de projetos que têm tido resultados positivos nos últimos anos. É o caso de Piauí, Ceará, Pernambuco e Espírito Santo.

Os governadores de cada um desses estados participaram de rodadas de discussão mediadas por representantes da entidade. O evento também teve a presença de Marina Silva (Rede), Gilberto Kassab (PSD), Márcio França (PSB) e Geraldo Alckmin (PSB).

Na parte final do encontro, Aloizio Mercadante fez outra intervenção, dessa vez como ex-ministro da Educação e não enquanto representante do ex-presidente Lula. Novamente, ele criticou a destruição da educação básica, das universidades e dos programas de financiamento de pesquisas. Mercadante lembrou que a lei de cotas, por mais importante que tenha sido, enfrenta tentativas de ser destruída com a chegada do prazo de revisão da legislação. Ele afirmou, mais uma vez, que reconstruir o Ministério da Educação é uma prioridade do plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador e candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin, concordou com o presidente da Fundação Perseu Abramo e criticou a queda de investimentos em educação nos últimos cinco anos. Marina Silva fez uma fala no mesmo sentido, criticando o governo atual, enaltecendo as políticas que estavam funcionando antes do desmonte e declarando a sua torcida e seu empenho por uma mudança no Brasil. A presidente-executiva da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, que foi muito elogiada por todos, declarou ao final estar esperançosa e que dali saísse “uma frente ampla pela educação brasileira”. •