Em junho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro  determinou a extinção do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). A estatal foi fundada em 2008 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua sede está em Porto Alegre.

Vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, a Ceitec é conhecida como “estatal do chip boi”, por ter desenvolvido o chip para rastreabilidade bovina. É a única empresa da América Latina que fabrica completamente chips com silício, cobrindo toda a escala de produção. Sob Bolsonaro, a estatal foi entregue ao General Abílio Eustáquio de Andrade Neto.

A recomendação pela extinção foi formalizada pelo conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), sob a alegação de que, apesar de aportes de R$ 800 milhões em duas décadas, a estatal ainda depende de injeções anuais de pelo menos R$ 50 milhões para cobrir a diferença entre receitas e despesas.

Números do próprio PPI projetam, no entanto, que essa diferença deixará de existir até 2028, mesmo no cenário mais pessimista. E essa trajetória poderia ser acelerada para um balanço positivo na metade do tempo estimado, segundo os trabalhadores da Ceitec. Eles levaram ao governo federal um plano para manter a estatal de tecnologia funcionando, com cortes de custos e perspectivas comerciais já em curso.

Em Porto Alegre, a Ceitec fabrica ainda etiquetas eletrônicas e sensores utilizados em meios de pagamento eletrônico como cartões ou pedágios.  •