PT denuncia escândalo ao TSE
Gleisi e o líder na Câmara querem investigação por abuso de poder contra Bolsonaro e ministro da Educação
A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) e o líder da legenda na Câmara, Reginaldo Lopes, entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sejam investigados por abuso de poder econômico e político.
Eles reforçam as suspeitas da existência do gabinete paralelo no Ministério da Educação, comandado por pastores que têm não apenas influência política na agenda, como também definem a distribuição de verbas da pasta, inclusive mediante cobrança de propina de prefeitos.
O esquema já está sob investigação na esfera penal. O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse ver indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. Ele ainda precisa dizer se Bolsonaro também será investigado. Até o momento, o inquérito atinge apenas o ministro da Educação, servidores do MEC, pastores e prefeitos.
O PT quer que o escândalo também seja apurado pela Justiça Eleitoral. Gleisi argumenta que as informações divulgadas até o momento indicam que a estrutura do MEC vem sendo usada, pelo menos desde o início do ano passado, para promover a candidatura de Bolsonaro. O caso está no gabinete do ministro Mauro Campbell, corregedor da Justiça Eleitoral.
“Há uma intenção declarada de influir, através do abuso do poder político e econômico, na vontade do eleitorado, tendo em vista o pleito vindouro, direcionando sua escolha, dentre outros artifícios, através da destinação de vultosos recursos para aliados presentes e potenciais (prefeitos) que vierem a se vincular com a continuidade do governo, em verdadeiro uso político do MEC e dos recursos públicos”, diz a representação. •