A avaliação é do estrategista do Credit Suisse. Ele diz que a moeda americana atingiu um ponto crítico de inflexão

 

A decisão da União Europeia e dos Estados Unidos de cortar o acesso da Rússia às suas reservas em moeda estrangeira pode acabar com a hegemonia do dólar americano. A avaliação não é de um integrante do governo de Vladimir Putin. É a opinião de Zoltan Pozsar, estrategista de taxas de juros de curto prazo Credit Suisse.

“Imagine uma resposta por trás disso, onde muitos exportadores de quaisquer commodities e widgets decidem faturar as coisas em uma moeda diferente”, disse Pozsar ao podcast Odd Lots, da Bloomberg.

“Porque todos esses dólares que você está ganhando e todo esse dinheiro que você mantém no Ocidente está em risco”, disse o especialista, acrescentando que as nações que aderiram à Iniciativa do Cinturão e Rota da Seda, liderada pela China, podem faturar as mercadorias em yuan.

“Você pode ver novos centros financeiros faturando um monte de transações em uma moeda dominante diferente e há todos os tipos de razões para isso agora”, opina Pozsar. O analista do Credit Suisse acrescentou que os mercados atualmente dominados pelo euro e pelo dólar sentiriam claramente o impacto da mudança ao longo do tempo.

Os EUA, o Japão e a UE impediram o Banco Central da Rússia de explorar uma parte significativa de suas reservas cambiais mantidas no exterior, em resposta à invasão do país à vizinha Ucrânia. De acordo com o diário inglês Financial Times, cerca de US$ 300 bilhões dos US$ 630 bilhões de reservas internacionais mantidas pela Rússia foram bloqueados pelas sanções.

O passo sem precedentes não exclui totalmente a Rússia de sua moeda estrangeira. O embargo ainda permite que a Rússia o use para pagamentos de energia e o país ainda pode acessar suas reservas mantidas internamente e na China. •