Em 2008, o jornalista Luís Nassif havia recém saído da Folha e começou a mobilizar a blogosfera com um dossiê sobre o antijornalismo praticado pela revista Veja. Tratava-se de uma série de artigos em que o veterano repórter denunciava as práticas da revista em plena era Lula. Nassif abordava os interesses corporativos, apontava a tentativa de destruição de reputações praticada pela revista, então dirigida por Eurípedes Alcântara e Mário Sabino. Era o auge do “jornalismo de esgoto”.

Ao desmascarar a direção da revista e, principalmente, os colunistas Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi — que atiravam para matar —, Nassif colocou a si próprio na mira de ataques. Sofreu toda sorte de crimes contra a honra. Como um Quixote, o jornalista — hoje responsável pelo site GGN — viu-se sozinho na mira de detratores.

Mas a denúncia causou estragos, sepultou a reputação da revista, ainda que tenha atingido pesadamente o próprio Nassif, vítima de processos e injúrias endossadas pela grande mídia. O estudo de caso avassalador não surpreendia quem vinha acompanhando a cobertura do noticiário político e econômico feito pela revista, com a cumplicidade e aquiescência de jornais como a Folha e a TV Globo.

Agora, o caso volta à baila ao ser lançado como um livro pela editora Kotter e está à venda no site da Amazon. O livro traz um pouco da história da imprensa, do seu apogeu e da sua queda. É uma análise de como a desorganização da informação, promovida pela mídia, desestruturou todos os poderes da República. Imperdível.