O lançamento do livro “Brasil, Cinco Anos de Golpe e Destruição” teve a participação de ex-integrantes do governo Dilma, parlamentares que enfrentaram o impeachment fraudulento e que ocupam  hoje novos mandatos. Também participaram líderes de movimentos sindicais e sociais. O evento foi transmitido ao vivo e pode ser visto no canal do youtube da FPA.

 

Sandra Brandão, coordenadora do livro e ex-chefe do gabinete de informações de Dilma: “Nossa intenção era fazer um material bem curto para o livro. Mas as páginas foram se multiplicando a partir das mudanças produzidas pelo golpe. Foram duas reformas estruturais, 18 emendas constitucionais, incluindo a Emenda 95, todas com um propósito: implantar um estado excludente e neoliberal no país. Tirar o povo do orçamento”.

Nilma Gomes, ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos: “Hoje nós não temos orçamento, o programa de igualdade racial saiu do orçamento. E sem orçamento, não há política. Nós precisamos retomar e reconstruir o Brasil”.

Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social: “Temos menos de 30% do orçamento social que havia. Houve uma destruição multidimensional das políticas, por isso estamos voltando a patamares de pobreza que não tínhamos há mais de 20 anos”.

Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente: “As melhores taxas de combate ao desmatamento foram justamente alcançadas no governo Dilma. Alcançamos o reconhecimento internacional. Hoje temos problemas de coordenação. Não tem nenhum interesse nas questões ambientais”.

Celso Amorim, ex-chanceler: “O Brasil era chamado para debater diferentes temas porque sempre defendia princípios coerentes de autodeterminação e paz. Tudo isso foi rapidamente destruído. Saímos de uma posição de sermos procurados para qualquer tema para uma posição totalmente marginal”.

José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça: “Esta situação de oportunismo trouxe consequências seríssimas. Criou-se o vale-tudo no Brasil”.

Eleonora Menicucci, ex-ministra de Políticas para as Mulheres: “2016 foi um desmonte absurdo das políticas para as mulheres e culmina com o orçamento com zero reais – sim, zero reais para a pasta. A violência contra a mulher hoje é uma epidemia”.

Miguel Rosseto, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência e do Trabalho: “O golpe foi contra o nosso país. A devastação do trabalho no Brasil é imensa. Temos ou desemprego ou a mais absoluta insegurança”.

Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento: “Já foi destruída muita coisa, mas há coisas que ainda resistem. O Bolsa Família, que só criticavam, virou tábua de salvação. Não tem investimento, mas principalmente, não tem sonho. O Brasil já disse: não quero um país para poucos. Por isso é que o PT vai voltar”.

Vanessa Graziotin, ex-senadora (PCdoB-AM): “O que temos que celebrar é a esperança. Bolsonaro não era o plano dos capitalistas liberais, foi o que sobrou para eles. Neste momento de tristeza quero dizer que estaremos juntos para a reconstrução de um outro Brasil”.

Edva Aguilar, enfermeira, líder do movimento Volta Dilma: “Nos chamavam de peruas vermelhas. Mas coube ao tempo mostrar que as consequências do golpe são terríveis. E mostrar para o STF que o golpe é anulável sim”.

Lindbergh Farias, vereador e ex-senador (PT-RJ): “Nós estamos conseguindo impor nossa narrativa. E sua dignidade, Dilma, foi o que nos orientou. A senhora foi gigante”.

Elvino Bohn Gass, deputado federal (PT-RS) e líder do PT na Câmara: “Quando ouvimos uma apologia à tortura durante uma votação, já deveria ter sido tomada uma ação. Talvez não estivéssemos vivendo esta tragédia. A sua fala, presidenta, de que o golpe era contra o povo, se confirmou: a vida está do jeito que está”.

Fernando Haddad, candidato a presidente em 2018: “Quem sabe, presidenta, esse sofrimento todo não seja apenas um momento de profunda reflexão em que assimilemos todos os desmandos que afligiram o Brasil por 500 anos e tenhamos no bicentenário da Independência nossa verdadeira alforria. 2022 está aí. Vamos vencer e vamos te homenagear, presidenta”.

Gleisi Hoffmann, presidenta do PT: “À época, não tínhamos força política para vencer, mas marcamos que aquilo era um golpe. Nossa militância enfrentou. E hoje todo mundo sabe que aquilo não foi um impeachment. Hoje, Lula passa a ser a esperança política do povo brasileiro. E somos chamados a conversar, inclusive por alguns que apoiaram aquele momento”.