O desastre do governo Bolsonaro não se mede apenas pela tragédia da pandemia com mais de 582 mil mortos, mas também pela estagnação do PIB, que encolheu 0,1% no segundo trimestre deste ano. Se expressa igualmente na taxa de endividamento das famílias, que bateu o recorde no primeiro semestre e no aumento da inflação, que só nos itens essenciais registrou aumento de 10,5% nos últimos 12 meses, comprometendo a renda dos mais pobres.

Outras consequências nefastas do desgoverno Bolsonaro são o desemprego, que assola a vida de mais de 14 milhões de brasileiro, e os quase 6 milhões de desalentados. A redução da massa salarial é resultado da inflação alta com desemprego massivo, subemprego crescente e permanece 6% abaixo do patamar anterior à pandemia. Sem falar na chaga social que é a volta da fome, com 49,6 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar moderada ou grave.

A crise também está sendo impactada pelo aumento das tarifas de energia e pela possiblidade real de um apagão, que poderá comprometer o patamar anêmico de crescimento. Se não chover muito, rápido e além das médias históricas, teremos mais uma tragédia patrocinada por esse desgoverno, que entre outros equívocos, paralisou investimentos, contrariou as recomendações técnicas e acabou com o horário de verão.

O desmonte do estado brasileiro, promovido por Bolsonaro, teve como alvo prioritário a ciência, a tecnologia e a própria educação, comprometendo o passaporte para a transição digital e a sociedade do conhecimento. Mesmo assim, o ministro da Economia ignora as exigências de um novo papel do estado, como está ocorrendo nas principais economias do mundo, e segue apostando na agenda neoliberal, na ortodoxia fiscal, nas privatizações e na retirada de direitos dos trabalhadores.

Pressionado por essa crise e pelo avanço de investigações contra si e contra seus familiares, Bolsonaro aposta mais do que nunca na radicalização e no ataque às instituições para fugir do impeachment e da ameaça da cadeia. Com a convocação dos atos do dia 7 de setembro, Bolsonaro começa a partir para o tudo ou nada. Tenta manter mobilizada sua base de fanáticos obscurantistas no afã de se segurar no cargo até o fim do mandato.

Mas, essa mobilização é também mais um capítulo do projeto Capitólio, tentando envolver setores das FFAA, das Polícias Militares e acumular forças para o enfrentamento golpista na derrota eleitoral em 2022, que está cada vez mais evidente.  Apesar de ter perdido um instrumento fundamental de seu projeto autoritário, o voto impresso, Bolsonaro segue promovendo a estratégia do caos.

O caos e a falta de perspectivas são de tal ordem que até o setor financeiro e parte da indústria e do agronegócio, antigos fiadores do governo Bolsonaro, começam a pular fora do barco. Amplos setores do empresariado começam a romper e a se associar abertamente aos ex-bolsonaristas tardios que tentam conformar a chamada terceira via, que permanece padecendo pela falta votos e de propostas para o enfrentamento da grave crise que se aprofundou depois do golpe de 2016.

Todas as últimas pesquisas apontam o fortalecimento da candidatura de Lula e o derretimento de Bolsonaro. Lula ampliou sobre o ex-capitão quase um Ciro Gomes de diferença nas intenções de votos nos últimos meses. Segundo o PoderData, a aprovação do governo Bolsonaro chegou ao pior índice de avaliação positiva da série, apenas 27%, e a desaprovação é de 63%.

A campanha eleitoral será muito dura e difícil, mesmo com um cenário extremamente favorável para Lula. A eleição de Lula será a grande força capaz de pacificar o país. Lula é a esperança do povo brasileiro. Lula é a síntese de um Brasil profundo que ousou sonhar e chegar à universidade. Lula é o resgate de um projeto que assegurou luz, água, emprego, médicos, renda e comida no prato do povo. Lula é também o presidente que combinou estabilidade, crescimento com soberania e projeção internacional.

Lula lá será, portanto, o reencontro do Brasil com o sentimento de orgulho dos brasileiros e a retomada de um projeto de desenvolvimento justo e solidário. Será também a vitória da esperança sobre o ódio e o início da reconstrução nacional, com mais solidariedade, generosidade e oportunidades para todos e todas.