Nunca antes, na história brasileira, um presidente da República cometeu tantos crimes contra a vida da população, o dinheiro público e as instituições. Há uma interminável lista de delitos e crimes de responsabilidade praticados por Jair Bolsonaro à frente da Presidência da República.

O rol de práticas criminosas da família do presidente e de seu governo, que já incluía rachadinhas, contrabando de madeira, tráfico de influência e intervenção na Polícia Federal, se ampliou com as denúncias recentes sobre o superfaturamento da vacina indiana Covaxin, cobrança por fora para a aquisição da Astrazeneca/Oxford e outros delitos que vêm sendo apurados pela CPI da Covid.

Esses escândalos se juntaram às denúncias de atentado à vida da população e ameaças à democracia e às instituições.

Tudo listado no superpedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados, dia 30 de junho, com a presença de um amplo leque de parlamentares da esquerda, centro-esquerda e da direita, num movimento histórico que mostra que os interesses nacionais estão acima de divergências políticas e ideológicas.

Nas 271 páginas, o documento unifica os mais de 120 pedidos de impeachment que já haviam sido apresentados e lista os crimes cometidos por Bolsonaro, que vão desde a compra e incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina, até o desrespeito às instituições, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, e o estímulo, em atos públicos, à volta da ditadura militar ao Brasil.

Nesse cenário, o povo jogará peso estratégico, reforçando o movimento iniciado em 29 de maio, que prosseguiu em 19 de junho, com milhares de pessoas em centenas de cidades brasileiras em defesa da vida e do impeachment do genocida Bolsonaro. O movimento continuou neste 3 de julho, com o PT, outros partidos de oposição, as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, a Coalizão Negra, centrais sindicais, igrejas e organizações sociais.

Só o povo na rua, com todas as medidas de segurança, poderá forçar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a abrir o processo de impeachment. A Câmara não pode se omitir diante de tantos crimes, correndo o risco de passar para a história como instituição apoiadora do genocídio. O processo, uma vez no plenário, poderá mostrar ao povo quem defende um governo criminoso. É uma questão inadiável.

Enquanto Bolsonaro continuar no cargo, o país permanecerá no atoleiro econômico, social, sanitário e ambiental, com a fome ameaçando lares brasileiros e o desemprego de 40 milhões. Bolsonaro é uma ameaça à vida, com seu desprezo à vacina e medidas sanitárias. A imagem mais cruel do deboche é o pedido a uma menina de 10 anos para retirar a máscara de proteção facial.

A Câmara não pode se furtar de abrir impeachment. A hora chegou: Fora, Bolsonaro!