Carvalho: Bolsonaro cometeu um crime de responsabilidade
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) foi direto, na audiência da CPI realizada na sexta, 25, ao ouvir as denúncias do servidor Luís Ricardo Miranda e do irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF): o presidente Jair Bolsonaro cometeu um crime. “Ele [Bolsonaro] foi informado, foi um deputado da sua base, foi um servidor e ele não adotou nenhuma medida. Ele prevaricou”.
O servidor do Ministério da Saúde reforçou os erros anteriormente apresentados à imprensa nos documentos analisados pelo Ministério da Saúde e relatou aos senadores ao menos três nomes de superiores hierárquicos que exerceram pressão para que a importação da vacina fosse liberada mesmo com erros no processo. Alex Lial Marinho, à época coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde; Marcelo Bento Pires, diretor de Programa do Ministério da Saúde; e Roberto Ferreira Lima, diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria-Executiva.
O senador Humberto Costa apontou que os depoimentos dos irmãos Miranda mostraram à CPI a necessidade de aprofundar as investigações sobre a Precisa Medicamentos, empresa responsável por intermediar o contrato entre Bharat Biotech e o Ministério da Saúde. Para o senador, é preciso investigar o responsável pela conexão entre a empresa, envolvida por diversas irregularidades junto ao próprio ministério, e o laboratório indiano.
A Precisa Medicamentos ganhou uma licitação para vender preservativo feminino no valor de R$ 15,7 milhões ao Ministério da Saúde. Em fevereiro, a empresa atualizou o contrato para R$ 31,5 milhões. Nesta semana, após a imprensa divulgar o aditivo contratual, o valor voltou para os R$ 15,7 milhões. “Foi outro ‘se colar, colou’. Eu vou representar junto ao TCU para avaliar esse contrato dos preservativos. Onde tem essa Precisa [Medicamentos], tem coisa”, disse o senador.