A força das mobilizações populares do 24M e do 19J mudou definitivamente a conjuntura política brasileira. Mesmo em um cenário de risco com a pandemia, o povo foi para as ruas lutar contra o governo da destruição.

Bolsonaro destrói o meio ambiente e ataca a cultura, a ciência, a educação, a liberdade de imprensa e a diversidade. Também promove a intolerância, degrada as instituições democráticas e o negacionismo dele foi o grande responsável por mais de 500 mil mortos na pandemia.

A fome e o desemprego estão por toda parte e o povo, depois de protestar com panelaços e nas redes sociais, foi para as ruas, em duas poderosas manifestações, que pressionam o Congresso e os partidos de direita que mantinham na gaveta mais de 100 pedidos de impeachment.

A pandemia e o desgoverno aceleram a desigualdade social e concentram renda e a riqueza. Agora, 1% da população tem mais da metade da riqueza do país, enquanto o desemprego e a pobreza crescem por toda parte.

Para piorar, o Congresso segue passando a boiada e aprovando, com apoio incondicional do Planalto, uma agenda de desmonte e de retrocessos. O caso mais recente foi a temerária privatização da Eletrobrás, mesmo diante de uma grave crise hídrica, com a possibilidade real de racionamento, pretendem retirar do Estado uma ferramenta imprescindível para administrar o sistema elétrico.

Na última semana semana, também presenciamos a aprovação de uma proposta que inviabiliza a demarcação das terras e a proteção dos territórios dos indígenas, expulsos da Esplanada dos Ministérios a tiros de borracha e com bombas de efeito moral. Sob Bolsonaro, os povos indígenas ficaram reféns das milícias rurais, dos madeireiros e dos mineradores ilegais, como está ocorrendo, neste momento, nas terras ianomâmi.

Está em curso ainda uma tentativa de mudança do sistema eleitoral, com foco no Distritão, com o claro objetivo de impedir o avanço da esquerda. Ao mesmo tempo, Bolsonaro aventa a volta do voto impresso para tumultuar o processo eleitoral e flertar com uma aventura golpista, com o mesmo comportamento da extrema direita nas eleições dos EUA, Bolívia e agora no Peru.

Além disso, um novo fator desestabilizador entrou em cena na deterioração do governo Bolsonaro: o avanço das investigações da CPI da Pandemia chegou a graves irregularidades na compra de vacinas, com participação direta do próprio presidente. O povo brasileiro se depara com o fato de que o negacionismo bolsonarista também era uma grande negociata.

Na quarta-feira, 30, um amplo leque de forças políticas vai apresentar à Câmara um superpedido de impeachment contra Bolsonaro. Vai reunir argumentos dos mais de cem pedidos de impeachment já protocolados, acrescidos dos crimes na gestão da pandemia e da corrupção na compra de vacinas que estão sendo apurados pelo MPF e pela CPI do Senado.

Com um Bolsonaro cada vez mais acuado, degradado e isolado, Lula cresce de forma consistente nas pesquisas e no coração do povo brasileiro. Em todos os levantamentos, Lula vence e aumenta a diferença para Bolsonaro e, em alguns casos, já no 1º turno. Ele é o grande líder capaz de reconstruir a devastação deixada por um Golpe de Estado e por um governo genocida.

O cenário aponta que a vitória das forças populares está próxima, mas a luta do povo nas ruas precisa continuar e avançar. A nossa missão começa por fazermos um 24 de julho ainda mais forte e amplo do que foi o 19J. Fora Bolsonaro e Lula lá.