Em Goiás, mobilização derrota arbitrariedade
Policial que perseguiu dirigente do PT pela faixa “Fora Bolsonaro Genocida” acabou punido. Polícia Civil e PF negaram dar guarida a uso ilegal da LSN
A cada dia fica mais evidente o desespero do bolsonarismo, que tenta de todas as maneiras se “apossar” de instituições de segurança. Além do episódio no Recife, outro exemplo de arbitrariedade policial foi a forma como ocorreu a prisão, na segunda-feira, 31, do secretário de Movimentos Populares do PT de Goiás, Arquidones Bites Leão.
Segundo a presidenta do PT em Goiás, Kátia Maria, a namorada de Bites Leão saiu com o carro dele e estacionou o veículo na rua. “Quando o policial viu que o carro estava com faixa escrita ‘Fora Bolsonaro Genocida’, sobre o capô, saiu pelo comércio à procura do dono”, relata. Ao identificar a responsável pelo veículo, os policiais exigiram que a faixa fosse retirada, caso contrário seriam recolhidos o carro e a faixa, e detido o proprietário.
Arquidones já chegou filmando. Depois de muita conversa, permitiu que os policiais retirassem a faixa, mas mesmo assim eles o levaram preso. Chegando à delegacia da Polícia Civil de Trindade, o petista nem desceu da viatura. O delegado disse que não configurava crime, mas os policiais que fizeram a abordagem resolveram levá-lo à PF, em Goiânia, para enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional.
Arquidones ficou cerca de duas horas e meia preso na viatura enquanto os PMs tentavam achar autoridade que o acionasse na LSN. O delegado da PF também afirmou que a faixa não configurava crime. Diante da repercussão, foi liberado.
Na terça-feira, 1º de junho, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás emitiu nota lamentando o ocorrido e informando que o policial foi afastado da função e responderá a inquérito policial e procedimento disciplinar. Identificado como Tenente Albuquerque, o policial tem foto publicada ao lado de Bolsonaro nas redes sociais.