Lula na liderança global pela busca de vacinas
Ex-presidente elogia o presidente Xi Jinping pelo anúncio da China em apoio à quebra das patentes para medicamentos e vacinas contra a Covid. “O mundo aos poucos voltará a respirar ares mais humanos e de solidariedade”, disse
A busca por vacinas contra a Covid-19 para o povo brasileiro tem sido uma das prioridades do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para isso, o líder político brasileiro mais influente do mundo tem utilizado seu prestígio internacional atuado junto a autoridades do mundo para buscar alternativas para o país.
O gesto mais recente de Lula foi uma saudação ao governo da China, que decidiu atender ao apelo dos países em desenvolvimento pela renúncia aos direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas contra a Covid-19. “Mais um gesto histórico rumo à suspensão das patentes das vacinas contra o Covid-19. O mundo aos poucos voltará a respirar ares mais humanos e de solidariedade. Parabéns, presidente Xi Jinping”, disse Lula.
A medida da China ocorre depois do presidente norte-americano Joe Biden também ter declarado que vai apoiar a quebra de patentes de vacinas contra Covid-19 na Organização Mundial do Comércio, gesto igualmente elogiado por Lula. Na contramão, o governo de Jair Bolsonaro continua firme na defesa da manutenção das patentes das vacinas, uma mudança radical na posição histórica da diplomacia brasileira, que sempre vinha se posicionando a favor da quebra de patentes.
Em janeiro deste ano, a Índia, um dos maiores produtores de insumos para a vacina no mundo, chegou a declarar, em reunião fechada na OMC em Genebra, na Suíça, que a falta de vacinas era culpa do impasse criado por Brasil e países ricos a respeito da quebra de patentes. Na época, os Estados Unidos ainda estavam sob a liderança de Donald Trump, a quem Bolsonaro se alinhava incondicionalmente.
Além disso, Lula esteve em Brasília, no início de maio, ocasião em que conversou com diplomatas europeus e de países latino-americanos para discutir saídas para a crise e buscar mais vacinas para o Brasil.
Ele também tem feito apelos às lideranças mundiais por uma reunião do G20, grupo que reúne os 20 países com as maiores economias, para discutir a pandemia e uma distribuição igualitária de vacinas contra a Covid-19. Em recente entrevista ao jornal francês Le Monde e à revista Paris Match, o ex-presidente declarou que a vacina não deveria ser um produto de mercado, mas “se tornar um bem comum da humanidade”.
Anteriormente, em entrevista à CNN dos EUA, Lula já havia tocado no assunto. “Desde o início da pandemia, nem o G20 nem o G8 se encontraram para falar sobre o assunto. É urgente. Apelo ao presidente Emmanuel Macron: chame o G20. Ligue para Joe Biden, Xi Jinping, Vladimir Putin e o resto. Estamos em guerra, é a Terceira Guerra Mundial e o inimigo é muito perigoso”, disse.