Marcos Coimbra explica diferenças nas pesquisas
A diferença entre os resultados das pesquisas eleitorais realizadas pelos institutos Datafolha, Atlas e Ipespe está na eficiência da metodologia de cada uma. A explicação é do cientista político e diretor-presidente do Vox Populi, Marcos Coimbra. Enquanto o Datafolha aponta que Lula tem larga vantagem sobre Bolsonaro e todos os demais concorrentes tanto no 1º quanto no 2º turno, as pesquisas realizadas pelos outros dois institutos trazem disputa acirrada, mas com vantagem para Bolsonaro.
As duas foram feitas pelo telefone ou e-mail, fator que limita o resultado – não é toda a população que tem acesso a esses meios. Além disso, esse fator limitante provoca uma enorme distorção da opinião pública brasileira. “A maioria do eleitorado potencialmente simpático à esquerda, a Lula e ao PT está nas parcelas que tem menos acesso ou não tem acesso à telefonia celular”, lembra. “Isso explica porque é tão difícil, nas pesquisas telefônicas, preencher as cotas amostrais dessas camadas”.
Coimbra relata ainda que um desses institutos admitiu fazer 100 mil ligações para conseguir 2 mil. O que quer dizer que apenas uma em cada 50 chamadas é bem-sucedida. Isso significa dizer que é uma amostra que vai ficando cada vez mais enviesada à medida que se tem que descartar contatos para encontrar alguém que tenha telefone”. E adiciona: “Você chega no final com uma amostra distorcida”. Ele diz que a distorção nas pesquisas por e-mail é ainda maior.