A semana na história – 30 de abril a 6 de maio
30 de abril de 1981
BOMBA NO RIOCENTRO IMPLODE TERROR MILITAR
Morre o sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário e fica gravemente ferido o capitão Wilson Dias na explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, no Rio de Janeiro. O explosivo era manuseado pelo suboficial dentro de um carro. Os dois militares eram agentes do DOI-Codi e planejavam detonar o artefato no auditório do pavilhão, no qual 20 mil pessoas assistiam ao show do 1° de Maio. O objetivo era criar pânico na plateia e responsabilizar um grupo de esquerda pelo atentado. A explosão acidental da bomba frustrou o plano terrorista e abriu a mais grave crise política do governo do general Figueiredo.
1º de maio de 1939
JUSTIÇA DO TRABALHO É CONSOLIDADA
Getúlio assina importantes decretos na sacada do palácio do Trabalho, diante de 100 mil trabalhadores. “Significativamente, reservou-se, para o dia de hoje, a assinatura das leis criando a Justiça do Trabalho, os refeitórios populares e as escolas e ofícios nos estabelecimentos industriais. Podeis apreender, facilmente, o alcance dessas iniciativas. A justiça especial, encarregada de resolver por processo, rápido e eficiente, os dissídios comuns nas relações de trabalho, constituía uma de suas antigas aspirações. Vemo-la, agora, completando a legislação trabalhista, como fruto da experiência de alguns anos. A outra lei visa oferecer, nas fábricas, alimentação sadia e barata aos operários e, nas escolas anexas às empresas, o aperfeiçoamento técnico e a educação profissional dos filhos, sob as vistas de seus próprios pais”.
1º de maio de 1940
DECRETO INSTITUI O SALÁRIO MÍNIMO
Getúlio baixa decreto determinando que todo trabalhador brasileiro, sem distinção de sexo, tem direito a um salário mínimo mensal que deve satisfazer, segundo o texto do decreto, “às suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte”.
1º de maio de 1968
NA PRAÇA DA SÉ, O DIA É DO TRABALHADOR
A chegada do governador Abreu Sodré à comemoração oficial do Dia do Trabalho foi o estopim para a vaia da multidão, de 20 mil pessoas, reunida na praça da Sé, em São Paulo. Sodré pega o microfone e afirma que a manifestação é uma “prova evidente de que em nosso Estado a democracia respira”. Estudantes e operários reagiram e responderam com palavras de ordem, usando megafones. Jogaram ovos e pedaços de pau contra o palanque das autoridades. O governador foi atingido por uma pedra.
3 de maio de 1933
BRASIL VAI ÀS URNAS ELEGER CONSTITUINTE
Pela primeira vez na história do Brasil, as mulheres vão às urnas. Apesar disso, o número de pessoas habilitadas a votar em 1933 (1,466 milhão), na escolha dos deputados constituintes, declina em comparação a 1930 (2,525 milhões), devido ao recadastramento eleitoral, que eliminou uma grande quantidade de eleitores fantasmas. Dos eleitores registrados, quase 90% compareceram às urnas. O cadastramento das mulheres, porém, não se refletiu na composição do Legislativo. Entre os 254 deputados constituintes, apenas uma mulher se elegeu.
3 de maio de 1995
GOVERNO ENDURECE CONTRA PETROLEIROS
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) inicia uma greve dos trabalhadores no setor público contra as medidas privatizantes anunciadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O movimento perde força nas demais categorias, mas é sustentado pelos petroleiros, que resistem à proposta de flexibilização do monopólio estatal do petróleo. Surpreendido, o governo decide quebrar a greve a qualquer preço.
4 de maio de 1932
CONQUISTA HISTÓRICA: 8 HORAS DE TRABALHO
Getúlio Vargas atende a uma das principais reivindicações dos operários e estabelece que todos os trabalhadores urbanos, nas fábricas, escritórios e estabelecimentos comerciais, e que exerçam suas funções durante o dia, terão sua jornada limitada a oito horas diárias e a seis dias por semana. Todos terão direito a um dia de descanso semanal, preferencialmente aos domingos. O trabalho noturno é limitado a sete horas.
5 de maio de 1996
É CRIADA A FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
A Fundação Perseu Abramo foi instituída pelo Partido dos Trabalhadores por decisão do seu Diretório Nacional. Inicia-se então o sonho de constituir um espaço, fora das instâncias partidárias, para desenvolvimento de atividades como as de reflexão política e ideológica, de promoção de debates, estudos e pesquisas, com a abrangência, a pluralidade de opiniões que, dificilmente, podem ser encontradas nos embates do dia-a-dia de um partido político.
6 de maio de 1997
VALE É PRIVATIZADA A PREÇO DE BANANA
Às 17h42, o leiloeiro da Bolsa de Valores do Rio bate o martelo, encerrando a venda do controle acionário da maior mineradora de ferro do mundo, a Companhia Vale do Rio Doce, por R$ 3,3 bilhões. A venda da Vale foi a primeira da segunda fase do programa de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso. Antes dele, Collor havia privatizado 12 empresas, e Itamar Franco, 9. Depois da Vale, o governo FHC fez a desestatização de empresas de infraestrutura e da Telebrás.
Esta publicação é fruto da parceria entre o Centro Sérgio Buarque de Holanda, da FPA, e o Memorial da Democracia. Os textos remetem a um calendário de eventos e personalidades da esquerda que é colaborativo e está em constante atualização. Envie suas sugestões por e-mail para [email protected]