Em um único dia, a campanha PT Solidário arrecadou mais de 100 toneladas de alimentos em todo o país. A ação permanente vai ajudar milhões de brasileiros que passam fome. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula participou da mobilização no sábado, em São Bernardo do Campo (SP). “A fome não é um fenômeno da natureza”, lembrou.

A mobilização pela coleta de alimentos é uma ação complementar da luta do Partido dos Trabalhadores pela retomada do auxílio emergencial de R$ 600 e por mais empregos.  De acordo com os organizadores da campanha, “a fome não espera”. E, diante disso, é preciso buscar maneiras de amenizar as dificuldades do povo.

A fome havia sido superada em 2013 pelo Brasil, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) retirou o país do Mapa da Fome, graças à política nacional de segurança alimentar implementada em 2003 pelo presidente Lula.

Desde o Golpe de 2016, com a derrubada de Dilma Rousseff da Presidência da República, a fome voltou a ser um problema crônica e se agravou com a ascensão de Jair Bolsonaro. De acordo com pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mais de 116,8 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar.

O contigente representa mais da metade da população brasileira. A maioria do povo não se alimenta como deveria, com qualidade e em quantidade suficiente. Pior. Desses 116 milhões, cerca de 43 milhões – 1 em cada 5 brasileiros – não contavam com alimentos em quantidade suficiente. E nada menos que 19 milhões de brasileiros – o equivalente a 9% da população – está passando fome. É maior taxa desde 2004.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), também se somou à ação solidária lançada pelo partido. Ela participou também no sábado da ação com a militância na Associação Recreativa do Cruzeiro (ARUC), em Brasília. A arrecadação de alimentos resultou ainda numa feijoada solidária. “Queremos renda emergencial de $600. Enquanto não vem, precisamos estar juntos com os movimentos que ajudam o povo a passar por essa crise”, comentou.

O movimento PT Solidário envolve militantes, dirigentes nacionais, estaduais e municipais do partido. A campanha segue em frente e a próxima distribuição de alimentos está agendada para 1º de maio. O resultado da primeira etapa já mostrou o compromisso dos militantes da legenda.

“Foi muito bonita a participação da nossa militância na ação do PT solidário. Agradeço aos companheiros e companheiras por essa participação”, agradeceu Gleisi. “Nossa luta política é por trabalho, emprego, renda, mas diante do desastre que assola o Brasil com Bolsonaro, estaremos integrados na grande rede de solidariedade nacional para ajudar o povo a atravessar essa crise. Quem tem fome não pode esperar”.

União

Com pontos de coletas espalhados em todos os estados do Brasil, a união da militância resultou em toneladas de alimentos a serem distribuídas às famílias mais vulneráveis do país. Para Camila Moreno, coordenadora nacional da campanha, a arrecadação teve desempenho impressionante.

“O primeiro dia de distribuição de alimentos da campanha PT Solidário foi um sucesso total, com ações em centenas de cidades no país e mais de cem toneladas de comida coletadas”, disse. “Nossa militância é de fato incrível. Vamos atravessar esse momento difícil com muita generosidade para vencer o ódio que se instalou no nosso país com muita solidariedade nos corações e mentes, pra vencer o neofascismo, o neoliberalismo e a fome!”

Para o secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, a militância mostrou que está em sintonia com o povo. “São gestos como esses que mostram a grandeza do nosso partido. Quem tem fome, tem pressa. Parabéns pelo envolvimento de todas e de todos no PT solidário”, comemorou.

Em Minas Gerais, com 71 cidades envolvidas, foram arrecadadas 41 toneladas de cestas básicas. “Nossa militância abraçou a campanha e a cada dia mais cidades no estado estão aderindo. Já foram várias toneladas de alimentos coletados e doados em poucos dias. Vamos ampliar ainda mais a campanha e ajudar no enfrentamento à fome em nosso estado”, disse Cristiano Silveira, presidente do PT de Minas.

A Campanha PT Solidário continua por tempo indeterminado. “PT Solidário não é só um dia, nem só uma campanha. É até ninguém mais passar fome”, destaca Joaquim Soriano, secretário Nacional de Relações Institucionais do PT.