Meses atrás, ex-presidente entrou em contato com o governo dos dois países para assegurar que brasileiros não fossem totalmente abandonados. Ele e Dilma mandaram carta a Xi Jinping

 

Quando se dirigiu ao país, em um discurso histórico de resgate da esperança brasileira, no meio desta semana, Lula ressaltou que o desgoverno de Jair Bolsonaro atual precisa ser combatido imediatamente. “Quero andar por este país e conversar com esse povo. O povo não tem o direito de permitir que um cidadão que causa os males que o Bolsonaro causa ao país continue governando e continue vendendo o país. Eu não sei qual é a atitude, mas alguma atitude nós vamos ter de tomar, companheiros, para que esse país possa voltar a crescer, para que esse povo possa voltar a sonhar.”

Ao dizer essas palavras, porém, Lula já estava tomando importantíssimas atitudes pelo bem do país, articulando com os governos da Rússia e da China medidas para ajudar o Brasil a enfrentar a pandemia de Covid-19.

A conversa com a Rússia ocorreu há cerca de três meses, na qual, por meio de videoconferência, Lula se reuniu com Kirill Dmitriev, diretor do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), que financiou o desenvolvimento da Sputnik V. Participaram do encontro os ex-ministros da Saúde nos governos do PT José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro.

“Foi uma conversa importante, porque abriu a relação do fundo russo com o Consórcio do Nordeste. Destacamos que o interesse pelo volume de vacinas era maior e envolvia vários estados brasileiros. Isso fortaleceu o acordo de milhões de vacinas firmado com os estados do Nordeste”, explicou Padilha. Ele contou também que Lula “foi um super incentivador” das conversas sobre a Sputnik V e destacou a necessidade de trazer para o Brasil “vacina boa, segura, eficaz”.

 

Negociação com China

Outra medida de Lula foi a de enviar uma carta, assinada por ele e pela ex-presidenta Dilma Rousseff ao presidente da China, Xi Jinping, quando o gigante asiático atrasou o envio para o Brasil de insumos necessários para a fabricação de vacinas.

Na carta, Lula e Dilma fizeram a diplomacia que o governo Bolsonaro se mostra incapaz de fazer. Elogiaram a condução da pandemia no país asiático e se desculparam pelo “negacionismo” e “incivilidade” de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, que não perderam oportunidades para criticar um parceiro tão importante para o Brasil.

“Em nome desta grande amizade que brilha em qualquer circunstância e que soubemos construir entre esses nossos dois países e nossos povos, não faltará ao Brasil insumos indispensáveis para dar continuidade à recém-iniciada produção de vacinas que salvem a vida do povo brasileiro”, diz um trecho da carta.

Agência PT

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