Paulo Guedes resiste e quer manter valor irrisório que depende da composição familiar e pode variar entre R$ 150 e R$ 375. Briga agora acontece no Congresso

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bancada do PT e, agora, 16 governadores de estado estão trabalhando para retomar o pagamento de um auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do coronavírus, que devasta o país há mais de um ano. Na quarta-feira, governadores de 16 estados assinaram carta à cúpula do Congresso Nacional pedindo o aumento do auxílio. A decisão é política e busca garantir um mínimo de conforto à maioria da população brasileira.

“É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário”, diz o texto da carta, que conta com a assinatura dos governadores Wellington Dias (PT-PI), Camilo Santana (PT-CE), Fátima Bezerra (PT-RN) e Rui Costa (PT-BA). Os outros cinco governadores do Nordeste, incluindo Flávio Dino (PCdoB-MA), além dos mandatários do Amapá, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo também defendem a medida. A lista, inclui até políticos próximos de Bolsonaro, como o governador  do Paraná.

Há 15 dias, o governo Bolsonaro editou duas medidas provisórias que liberam a nova rodada do auxílio emergencial. Neste ano, o orçamento do programa é menor e o valor das parcelas será mais baixo do que a assistência paga em 2020. O valor padrão do benefício previsto pela equipe de Paulo Guedes é de R$ 250, mas o pagamento não será o mesmo para todos os 45,6 milhões de beneficiários com o benefício a ser concedido pelo governo.

O pagamento vai depender da composição familiar. Para mulheres chefes de família, o valor será de R$ 375. Pessoas que vivem sozinhas receberão R$ 150 por mês. Na carta aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, os governadores apelam para a crise social. “Entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável”, afirmam os governadores, no documento.

“Temos o cenário dramático de quase 300 mil vidas perdidas. Diariamente, vemos recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde”, aponta a carta. “O calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentas do que as respostas que precisamos para reverter esse quadro”.

O governo conseguiu aprovar no Congresso uma trava de R$ 44 bilhões para o custo da nova rodada do auxílio emergencial em 2021. Isso coloca limites à cobertura do programa num momento de auge da pandemia da Covid-19.