Jornais influentes como Le Monde, The Guardian e Washington Post reportam que Lula sempre sustentou ser vítima de uma perseguição política

O mundo está de olho em Lula e no Brasil. O julgamento do habeas corpus do ex-presidente pelo Supremo que confirmou a parcialidade de Sérgio Moro foi destaque em importantes jornais estrangeiros. O jornal português blico considerou a decisão “histórica” e capaz de deixar a Lava Jato “mortalmente ferida”. A mesma análise do argentino La Nación, ressoando uma das frases ditas pelo presidente Lula em seu histórico discurso do dia 10: “A Lava Jato é passado”.

O periódico argentino lembrou ainda que a decisão valida o que Lula sempre disse. “Desde o começo do cerco judicial, o ex-presidente sustentou que era inocente, vítima de uma perseguição política por parte de Moro”. O mesmo destaque é dado no texto distribuído pela principal agência de notícias dos Estados Unidos – a Associated Press. O material foi publicado por milhares de veículos, incluindo os renomados The Guardian (Reino Unido) e Washington Post (EUA). Segundo o despacho, a decisão “dá razão ao líder da esquerda, que há muito tempo afirma que houve perseguição política”.

A Associated Press também diz que “a decisão obscurece ainda mais a reputação de Moro” e lembra que a condenação de Lula o afastou das eleições presidenciais de 2018 e permitiu a vitória do líder da extrema direita. “E Moro rapidamente se tornou ministro da Justiça de Bolsonaro”, ressalta a AP. O fato de o ex-juiz ter aceito imediatamente um cargo no governo de extrema direita também foi destaque na edição do espanhol El País e do francês Le Monde.

A agência Reuters, cujo material também foi replicado em diversos veículos, ressaltou que “Moro tomou decisões tendenciosas, (…) descartando provas que poderiam ter sido usadas a favor de Lula”. Já a Bloomberg destacou a fala do ministro Gilmar Mendes, que lembrou o fato de “o tribunal de Curitiba” ser “mundialmente conhecido como um tribunal de exceção”.

Vários veículos também projetaram Lula como um ator fundamental no cenário político atual e nas eleições de 2022. Foi o caso do americano Washington Post e do francês Le Figaro. “O retorno de Lula à arena política mudou completamente as cartas”, escreveu o diário francês. •

Comitê de Solidariedade Internacional em Defesa de Lula e da Democracia no Brasil

  

HUMANITÉ

O “castelo de cartas” de moro

O jornal francês L’Humanité, um dos mais antigos veículos da esquerda européia, destacou em sua edição de quarta-feira, 24, que as sentenças tendenciosas do juiz Sérgio Moro, lançadas há dois anos contra Lula, finalmente foram enterradas. “Ruíram como um castelo de cartas e, com elas, todas as obscuras manobras políticas e judiciais que levaram Jair Bolsonaro ao poder em 2018”, informa.

O jornal relata que o Supremo Tribunal Federal questionou o papel político do magistrado ao condenar o ex-presidente por “corrupção”. A corte reconheceu a “parcialidade” de Sérgio Moro, que condenou Lula, abrindo caminho para o candidato da extrema direita, com a inelegibilidade e encarceramento do ex-sindicalista, o único que poderia ter se colocado em seu caminho.

“Imediatamente eleito, Bolsonaro também recompensou Moro por seus bons e leais serviços, confiando-lhe a pasta da Justiça, antes de sua despedida do governo, em abril de 2020, para vestir como roupas de potencial candidato às eleições presidenciais de 2022”, relata o periódico.

Em outra reportagem, o jornal abre espaço para a manifestação do ministro Gilmar Mendes: “Você não pode combater o crime cometendo um crime”, disse. Na mira do magistrado, seu “ex-colega” que se tornou ministro da Justiça de Bolsonaro e alcançou fama internacional durante a eclosão da “Lava Jato”. “É a queda do incorruptível Moro, juiz que condenou Lula”, destaca.