Dilma: “Moro deve ser julgado por seus crimes”
Vítima do Golpe de 2016, ex-presidenta elogia decisão do STF, que corrige “o maior atentado contra a Justiça cometido na história do Brasil”
A ex-presidenta Dilma Rousseff saudou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a atuação parcial e fora da lei do ex-juiz Sérgio Moro na condenação a Luiz Inácio Lula da Silva. “ O STF corrige o maior atentado contra a Justiça cometido na história do Brasil”, avalia a sucessora de Lula, vítima de um Golpe de Estado em 2016 com a aprovação do impeachment sem crime de responsabilidade pelo Congresso”.
“Moro e seus comandados devem ser julgados por seus crimes, com respeito ao devido processo legal e pleno direito de defesa, algo que sempre negaram a Lula”.
Dilma diz que a decisão do Supremo confirma a denúncia de Lula: “Um juiz parcial e faccioso comandou um grupo de procuradores que abusavam de seu poder para fabricar acusações, condenar um inocente e destruir o Estado Democrático de Direito”.
“A decisão histórica dos ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia restabelece a verdade, invalida todas as decisões tomadas por Moro e seus subordinados e devolve a Lula a condição de inocente das acusações injustas que sofreu”, pontua Dilma, em nota distribuída à imprensa.
“O caráter prepotente, discricionário e ilícito das práticas de um juiz que conspirou contra o réu, mancomunado com um grupo de procuradores, recebeu um rotundo BASTA da mais alta corte do Judiciário brasileiro”, disse. “O estrago que cometeram é irreparável: a interferência política para eleger um presidente neofascista, a destruição de grandes empresas e de milhões de empregos, a volta da fome e da miséria”. •
“Justiça para Lula é Justiça para o Brasil”
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann, avalia que a decisão da Suprema Corte que beneficiou Lula é um marco na história do país. “O julgamento da suspeição e parcialidade do ex-juiz Sergio Moro é uma vitória do Direito, da persistência na busca de Justiça e da mobilização dos que sempre confiaram na verdade e lutaram para que ela viesse a prevalecer”, disse.
Ela disse que, com essa decisão, o Supremo Tribunal Federal deu “um importante passo para o resgate da credibilidade do Judiciário brasileiro”. Gleisi destacou o papel desempenhado pela defesa de Lula. “Parabéns aos advogados do presidente, Cristiano Zanin e Valeska Martins, que jamais recuaram diante dos obstáculos, e a todos que participaram em algum momento da defesa”, disse.
Ela ainda comentou a importância da mobilização popular realizada em Curitiba, em outras cidades brasileiras e no mundo, durante os 580 dias em que Lula esteve preso na Polícia Federal. “Parabéns à Vigília Lula Livre, ao Comitê Lula Livre, a todos e todas que no Brasil e fora do país foram solidários ao longo dessa dura jornada”, afirmou.
“Parabéns, presidente Lula. Obrigado por sua luta, por seu exemplo e determinação. Obrigado por não ter desistido nunca”, declarou Gleisi. Ela avalia que a resistência de Lula se tornou exemplo na luta mundial contra o lawfare.
“Nada apagará a injustiça feita nestes cinco anos de perseguição sem tréguas, a maior já vista na história contra um líder do povo. Nada devolverá os 580 dias de liberdade que lhe foram roubados, a dor das perdas familiares, das mentiras divulgadas na TV”, ressaltou.
Para a presidenta do PT, “a decisão devolve ao país e ao povo a esperança de que o futuro pode, deve e haverá de ser melhor”, concluiu.
Repercussão
“Um dia histórico. O herói (Moro) foi desmascarado. E o falso Messias será o próximo”
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação
“O STF finalmente reconheceu o que sempre soubemos: Moro foi um juiz suspeito, parcial e desonesto”
Paulo Rocha, líder do PT no Senado
“Acaba hoje a maior farsa do Judiciário brasileiro. E Lula emerge enorme”
Elvino Bohn Gass, líder do PT na Câmara dos Deputados