Lindbergh Farias cobra explicações após Ramagem ser filmado em Miami; Mesa Diretora diz não ter autorizado viagem e oposição reage acusando perseguição política

Líder do PT cobra explicações e Câmara nega ter autorizado saída de Ramagem
Alexandre Ramagem, condenado a 16 anos na ação penal do golpe e proibido de deixar o país, foi filmado em Miami durante licença médica. A Câmara diz não ter autorizado viagem, PT e PSOL acionaram STF, e a oposição acusa perseguição política Fotos: Câmara dos Deputados/Reprodução


A Câmara dos Deputados afirmou que não recebeu qualquer comunicação sobre a saída do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) do país e que não autorizou missão oficial ao exterior. 

A nota veio após a publicação de imagens em que o parlamentar aparece entrando em um condomínio em Miami, gravadas pelo site PlatôBR, em apuração do jornalista Guilherme Amado. Ramagem está proibido por decisão do ministro Alexandre de Moraes de deixar o território nacional e é condenado a 16 anos na ação penal da trama golpista.

A Casa, sob a presidência de Hugo Motta, registrou também que o deputado apresentou atestados médicos cobrindo mais de dois meses, mas em nenhum momento informou deslocamento internacional. A situação acendeu alertas na própria Câmara, que avalia o episódio à luz do dever de comunicação institucional e das regras de decoro.

PT e PSOL acionam STF e Mesa Diretora

A repercussão foi imediata. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou representações ao STF e à Mesa Diretora cobrando explicações formais sobre a viagem. 

Para ele, a atitude de Ramagem afronta a autoridade das instituições. “Um parlamentar condenado por crimes graves contra a democracia não pode fugir para Miami como se nada tivesse acontecido.”

Lindbergh reforçou que “a lei vale para todos e irá imperar contra o deputado fugitivo que seguiu o exemplo de Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, entre outros”, lembrando que o caso ocorre justamente no momento em que se aproxima a execução definitiva das penas dos condenados pelo golpe.

Paralelamente, deputados do PSOL-RJ formalizaram pedido de prisão ao STF, afirmando que “tudo indica que ele fugiu para os Estados Unidos”.

Oposição reage e acusa perseguição

A oposição saiu rapidamente em defesa do parlamentar. Em nota pública, Valdemar Costa Neto, presidente do PL de Bolsonaro, afirmou que “isso é pura perseguição e pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro”.

 O senador Magno Malta declarou que vê “perseguição política implacável contra Delegado Ramagem e sua família”.

As declarações se somam ao movimento do PL de transformar o episódio em reação política, enquanto o caso segue sob análise da Mesa Diretora e do STF.

Durante a investigação, Ramagem foi obrigado a entregar todos os passaportes. Condenado na ação penal do golpe, recorre em liberdade. Sua defesa disse que não vai se pronunciar.

Ramagem está proibido por decisão do ministro Alexandre de Moraes de deixar o território nacional e é condenado a 16 anos na ação penal da trama golpista.

Sob a presidência de Hugo Motta, a Câmara registrou também que o deputado apresentou atestados médicos cobrindo mais de dois meses, mas, em nenhum momento, informou deslocamento internacional.

 A situação acendeu alertas na própria Câmara, que avalia o episódio à luz do dever de comunicação institucional e das regras de decoro.