Encontro do PT no exterior aprova Carta de Roma e reforça mobilização internacional para 2026
Encontro em Roma reúne representantes dos núcleos petistas, reforça a mobilização internacional e traça diretrizes para a luta contra o fascismo e a reeleição de Lula em 2026

Entre os dias 21 e 23 de novembro, filiados do Partido dos Trabalhadores (PT) que vivem fora do Brasil participaram do VII Encontro de Núcleos do Exterior (Enptex), realizado em Roma, na Itália.
O encontro marcou mais uma etapa do crescimento da militância internacional do partido, hoje presente em 26 países, e reuniu delegados de 17 núcleos distribuídos por quatro continentes.
Participaram 41 delegados presenciais e 35 virtuais, com predominância de mulheres. O encontro foi organizado pelos núcleos de Roma, Bolonha e Alemanha. Na abertura, representantes de partidos aliados italianos reforçaram o caráter internacional da atividade.
Cooperação e militância internacional
Misiara Oliveira, que acompanhou os trabalhos e integrou a mesa de abertura, destacou o papel político dos núcleos no exterior. Segundo ela, a militância internacional deve somar esforços com partidos e movimentos progressistas para enfrentar o fascismo, defender a democracia e preparar as condições para a reeleição do presidente Lula em 2026.
Após a abertura, o grupo visitou o prédio histórico da Embaixada Brasileira em Roma, recebido pelo embaixador Renato Mosca. Ele ressaltou a importância do diálogo com a comunidade brasileira e da colaboração contínua com os núcleos. “Estar próximo da comunidade brasileira é uma obrigação legal nossa”, afirmou.

Debates e cenário internacional
Os debates começaram no sábado pela manhã, com mensagens enviadas por dirigentes da Executiva e do Diretório Nacional.
O presidente do PT, Edinho Silva, ressaltou o papel estratégico da mobilização internacional: “Vivemos um momento difícil da nossa história, quando o fascismo avança no mundo e no Brasil. O embate central desse período será o fascismo contra a democracia.”
Para ele, a reeleição de Lula em 2026 será decisiva para influenciar disputas em outros continentes e no ambiente global.
O secretário de Relações Internacionais, Humberto Costa, apresentou uma análise do contexto mundial e afirmou que “o projeto neoliberal vive um processo de colapso”, enquanto setores da direita buscam novas vias para manter a hegemonia do capital financeiro.
Ele alertou que as eleições de 2026 podem sofrer tentativas de interferência internacional e reforçou a necessidade de organização da militância no exterior.
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, destacou o trabalho da instituição ao afirmar que a fundação segue produzindo conhecimento, práticas políticas e inovação para fortalecer o desempenho partidário.
José Dirceu, responsável por coordenar as discussões temáticas do próximo congresso, e Jilmar Tatto, secretário executivo, também enviaram mensagens ao encontro.
A Carta de Roma
Durante todo o dia, os delegados discutiram eixos temáticos previamente elaborados, com o objetivo de atualizar a Carta de Madrid, documento aprovado no encontro anterior, em 2023, na Espanha, e que orienta a ação internacional dos filiados do partido.
Ao final, foi votada e concluída a Carta de Roma, agora em processo de edição para publicação. Misiara Oliveira, que conduziu a mesa de votação, destacou o papel estratégico da diáspora petista: para ela, os núcleos no exterior têm uma contribuição fundamental não apenas na organização da militância, mas também no diálogo com a comunidade brasileira que vive em outros países.

A coordenadora do núcleo de Roma, Gislaine Marins, avaliou positivamente o encontro, marcado pelo ineditismo da coordenação conjunta de três núcleos. Professora do ensino superior na Itália, ela afirmou que “a militância retorna motivada e focada nas eleições de 2026, com a certeza de que seguirá contribuindo para a defesa da democracia brasileira”.



