Presidente reforça respeito mútuo e diz que divergências ideológicas não impedem acordos “justos e equilibrados” para proteger os interesses do país

Brasil defende soberania e diálogo em encontro entre Lula e Trump
Foto: Ricardo Stuckert/PR


Em defesa da soberania nacional e do livre-comércio equilibrado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27/10) que as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos devem avançar rapidamente para resolver as tarifas impostas a produtos brasileiros. 

“Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. O que interessa numa mesa de negociação é o futuro, é o que você vai negociar para frente”, declarou.

O encontro entre Lula e o presidente Donald Trump, realizado no domingo (26/10) em Kuala Lumpur, na Malásia, foi descrito por ambos como “franco e construtivo”. Segundo Lula, “o fato de termos posições ideológicas diferentes não impede que dois chefes de Estado tratem a relação com respeito”.

Durante a reunião, Lula apresentou dados que contradizem o argumento americano de déficit comercial com o Brasil, destacando um superávit de US$ 410 bilhões para os Estados Unidos nos últimos 15 anos. 

“São informações claras e objetivas, que demonstram o quanto o comércio bilateral é vantajoso para os dois lados”, afirmou.

As equipes técnicas dos dois países iniciaram uma nova rodada de negociações, com cronograma definido para revisar tarifas e buscar soluções para os setores mais afetados. “Estamos num cenário muito mais positivo do que há alguns dias”, disse o ministro Mauro Vieira.

Ao defender uma política externa plural, Lula reafirmou que o Brasil não tem preferências ideológicas e seguirá diversificando suas relações comerciais. “Quero continuar tendo uma belíssima relação com a China, com os Estados Unidos, com a União Europeia. Nosso negócio é fazer negócio”, resumiu.