Com Lula e Dilma, Brasil saiu duas vezes do Mapa da Fome: entenda quando e como
Pela segunda vez, o país deixa o Mapa da Fome da ONU e alcança o menor índice de insegurança alimentar da história, segundo o IBGE e a FAO

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Desde que Dilma sofreu um Impeachment articulado pelo Congresso em 2016 e com a posse de Michel Temer – e Jair Bolsonaro em seguida -, as políticas sociais no Brasil degringolaram. Dentre elas, o combate à fome, promessa de campanha de Lula desde sua primeira candidatura. Uma vez eleito, logo em 2003 o presidente tornou a missão de que cada brasileiro tivesse direito a “três pratos de comida por dia” virou uma “obsessão”, nas palavras do próprio.
Com este terceiro mandato, o quinto comandado por um petista, o país viu o Brasil sorrir a um outro rumo: o país saiu pela segunda vez do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) – e, nesta semana, um novo marco: o governo alncançõu o menor índice de insegurança alimentar grave da série histórica do IBGE.
Em comum nas duas vezes em que o país alcançou os menores índices de insegurança alimentar e o marco de sair do Mapa da Fome, quem governava era o PT, com Dilma e Lula.
A boa notícia vem acompanhada de outro avanço expressivo: segundo dados divulgados pelo IBGE nesta semana (Síntese de Indicadores Sociais 2025), o país também registrou o menor índice de pobreza da última década, com cinco milhões de brasileiros deixando a linha da pobreza entre 2023 e 2025. A renda média das famílias voltou a crescer, e o número de pessoas em extrema pobreza caiu para o menor patamar desde 2014.
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Avanço histórico confirmado por dados oficiais
Esses dados confirmam que a reconstrução do país vai muito além da retomada do crescimento econômico. Eles mostram o impacto direto das políticas de valorização do salário mínimo, do Bolsa Família e do fortalecimento da agricultura familiar — pilares da estratégia de combate à fome e à desigualdade.
O Brasil volta, assim, a trilhar um caminho que já havia sido interrompido: o da inclusão social e da garantia de direitos básicos, como alimentação, moradia e dignidade. É o retorno de um projeto de país que coloca o povo no centro das decisões, priorizando o combate à fome não como programa de governo, mas como compromisso de Estado.
Esse avanço simultâneo contra a fome e a pobreza evidencia que o país está reconstruindo sua trajetória de justiça social, garantindo que o bem-estar chegue a quem mais precisa e rompendo, mais uma vez, com os anos de retrocesso e abandono das políticas públicas.
Como o Brasil venceu a fome pela primeira vez
A primeira saída do Brasil do Mapa da Fome ocorreu em 2014, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, coroando uma década de esforços iniciados ainda no primeiro mandato de Lula, em 2003.
Desde o início de seu primeiro governo, Lula colocou o combate à fome no centro de sua agenda política. O Programa Fome Zero, lançado em 2003, uniu políticas de transferência de renda, acesso à água, fortalecimento da agricultura familiar e ampliação da alimentação escolar. A iniciativa se tornou o alicerce de um novo modelo de desenvolvimento voltado à redução da desigualdade.
Logo em seguida, o Bolsa Família consolidou essa estratégia, unificando e ampliando programas sociais anteriores e criando uma rede de proteção que beneficiou mais de quatorze milhões de famílias. A combinação de transferência de renda e contrapartidas sociais — como manter crianças na escola e vacinar — garantiu resultados rápidos e duradouros.
Ao mesmo tempo, medidas estruturais impulsionaram a renda do trabalhador e o poder de compra das famílias. A valorização do salário mínimo, o aumento do emprego formal e os investimentos em infraestrutura e habitação popular, como o programa Minha Casa, Minha Vida, transformaram o cotidiano de milhões de brasileiros.
Essas ações conjuntas criaram as bases para um ciclo virtuoso de crescimento e inclusão. Quando Dilma Rousseff assumiu, em 2011, o Brasil já colhia os frutos de uma década de políticas consistentes. Seu governo deu continuidade e ampliou essas iniciativas, fortalecendo programas como o Brasil Sem Miséria e elevando ainda mais a cobertura da assistência social.
Naquele período, o país se tornou exemplo mundial no combate à fome e à miséria. O sucesso foi resultado de um conjunto robusto de políticas públicas: o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Fome Zero, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a valorização real do salário mínimo e o fortalecimento da agricultura familiar.
Essas ações articuladas garantiram que o alimento chegasse à mesa de milhões de brasileiros e brasileiras. O resultado foi inédito: o Brasil reduziu a população em situação de subnutrição para menos de dois vírgula cinco por cento, o limite estabelecido pela ONU para que um país seja considerado livre da fome crônica.
O feito foi tão expressivo que a FAO reconheceu o Brasil como referência global em políticas sociais e combate à fome, inspirando programas semelhantes em dezenas de países.
O retrocesso e o retorno da fome
Durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022), o Brasil viveu um dos períodos mais graves de retrocesso social desde a redemocratização. Programas que haviam sido fundamentais para retirar o país do Mapa da Fome foram desmantelados, esvaziados ou abandonados por completo.
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que reunia sociedade civil e governo na formulação de políticas públicas contra a fome, foi extinto logo nos primeiros dias de mandato — uma das primeiras medidas do então presidente. Sem o Consea, o Brasil perdeu sua principal instância de monitoramento da insegurança alimentar.
A desorganização das políticas sociais foi acompanhada de cortes orçamentários drásticos em programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a Política de Assistência Social (SUAS) e o Bolsa Família, que chegou a ser substituído por uma versão improvisada, o Auxílio Brasil, sem estrutura adequada e com filas de espera recordes.
Ao mesmo tempo, o aumento do desemprego, a alta da inflação dos alimentos e o enfraquecimento do salário mínimo corroeram o poder de compra das famílias. Em 2022, mais de trinta e três milhões de brasileiros voltaram a viver em situação de fome, segundo a Rede Penssan (Insegurança Alimentar no Brasil 2022).
Além do impacto econômico, o país sofreu com a negligência institucional e a ausência de coordenação nacional. O governo Bolsonaro interrompeu políticas de compra de alimentos da agricultura familiar, reduziu repasses para o Programa Nacional de Alimentação Escolar e minimizou a importância dos dados oficiais sobre pobreza e insegurança alimentar.
O resultado foi um Brasil novamente fragmentado, com cozinhas comunitárias e redes de solidariedade civil tentando suprir a ausência do Estado. O que havia levado uma década para ser construído — um pacto nacional pela erradicação da fome — foi destruído em apenas quatro anos de descaso e desmonte.
A reconstrução: políticas que devolveram o Brasil ao mapa da dignidade
Em 2023, ao reassumir a Presidência, Lula colocou como prioridade o que chamou de “a maior de todas as guerras”: a guerra contra a fome.
Logo nos primeiros meses, o governo lançou o Plano Brasil Sem Fome, articulando oitenta ações e mais de cem metas voltadas à erradicação da fome e à promoção da segurança alimentar. Entre as principais medidas estão:
- Reforço e ampliação do Bolsa Família, com novos critérios de proteção à infância e às famílias mais vulneráveis.
- Valorização do salário mínimo, recuperando o poder de compra perdido nos anos anteriores.
- Fortalecimento da agricultura familiar e da compra pública de alimentos por meio do PAA.
- Ampliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo refeições de qualidade a milhões de estudantes.
- Recriação do Consea, espaço fundamental de participação social no combate à fome.
- Políticas de geração de emprego e renda, que devolveram estabilidade às famílias trabalhadoras.
Essas ações integradas, fizeram o Brasil reduzir drasticamente os índices de insegurança alimentar grave. Em apenas dois anos, vinte e seis vírgula cinco milhões de pessoas deixaram a condição de fome, segundo o IBGE (2025) e a FAO (2025).
A nova saída do Mapa da Fome
Em julho de 2025, a FAO confirmou oficialmente: o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome. O resultado se baseia na média trienal de 2022 a 2024, que mostrou menos de dois vírgula cinco por cento da população em situação de subnutrição severa.
Com isso, o país repete o marco alcançado em 2014 e em tempo recorde. Segundo o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, levamos dois anos para reconquistar o que, antes, levou dez.
A conquista consolida o Brasil como líder global no combate à fome e na redução da desigualdade, reafirmando o papel histórico dos governos progressistas de Lula e Dilma na reconstrução das políticas sociais.
Mais que um número: um símbolo de esperança
Sair do Mapa da Fome é mais do que uma estatística, é a expressão de um país que voltou a cuidar do seu povo. Significa que a geladeira voltou a ter o que comer. Que as crianças voltaram a se alimentar na escola. Que a dignidade voltou a caber no dia a dia das famílias brasileiras.
Como disse o presidente Lula, ao celebrar o anúncio da FAO em Brasília, em julho de 2025:
“A fome não é um problema de Deus. É um problema político. E nós vamos vencê-la todas as vezes que for preciso.”
Duas vezes o Brasil saiu do Mapa da Fome. Duas vezes com Lula e Dilma. Duas vezes com o povo no centro das políticas públicas.



