Programa da Fundação Perseu Abramo destaca protagonismo internacional de Lula em Nova York e aponta sinais de desgaste político da extrema direita no Brasil

Semana em Debate analisa Lula na ONU e o recuo da extrema direita
Foto: Reprodução/YouTube FPA


O programa Focus Brasil – Semana em Debate, da Fundação Perseu Abram (FPA), analisou na última edição, transmitida na sexta-feira (26/9) no YouTube da Fundação, dois eixos centrais da conjuntura política: o impacto do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU e os sinais de enfraquecimento da extrema direita no Brasil. A atração vai ao ar sempre às sextas-feiras, às 19h. Confira o episódio completo aqui.

Na edição mais recente, participaram o coordenador de comunicação da Fundação, Pedro Camarão, o vice-presidente da entidade, Brenno Almeida, e a pesquisadora em filosofia, relações internacionais e direitos humanos, Ana Beatriz Gomes (Biazita Gomes).

Criado como espaço semanal de análise da realidade política, social e internacional a partir da cobertura jornalística da Revista Focus Brasil, o Semana em Debate reúne dirigentes, pesquisadores e convidados da Fundação para interpretar os fatos da atualidade à luz de perspectivas progressistas. 

Lula na ONU: protagonismo internacional em foco

Os debatedores ressaltaram que a fala de Lula na ONU marcou a retomada de um protagonismo diplomático perdido nos últimos anos. Em Nova York, o presidente defendeu maior voz para o Sul Global, criticou desigualdades internacionais e apresentou o Brasil como defensor da democracia e do desenvolvimento sustentável.

“O presidente Lula já é o grande representante do Sul Global, mas a partir dessa Assembleia ele se tornou o grande líder da região. Ele fez uma fala de estadista, conseguindo pontuar os principais problemas deste colapso mundial que enfrentamos”, afirmou Biazita.

O tom crítico de Lula às potências econômicas também foi destacado. “O discurso do Lula parte da premissa que ele viu o mundo a partir dos olhos do Brasil. Então toda a digressão do presidente parte de um olhar brasileiro de defesa da democracia e da soberania do país. Ele critica a postura dos Estados Unidos em relação às taxações de maneira global, sem precisar falar especificamente do Brasil”, completou Brenno Almeida.

Além da repercussão diplomática, o programa comentou a possível reunião entre Lula e Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Para os debatedores, a troca de recados e a hipótese de um encontro indicam que o Brasil voltou a ser ator relevante nas grandes disputas políticas globais, mas também trazem o risco de uma “espetacularização” das agendas internacionais.

Extrema direita: dificuldades e reorganização possível

No segundo bloco, o Semana em Debate concentrou-se na cena doméstica. Os participantes apontaram que a extrema direita enfrenta dificuldades de mobilização e acumula derrotas recentes no Congresso. Segundo os debatedores, a pressão popular e a atuação das instituições têm funcionado como freios a projetos autoritários.

“A extrema direita não tem político. Tem pessoas que estão na política por questões de dinheiro e poder. É quase que uma monarquia dentro do Legislativo. Há até uma saudade de quando era possível debater com uma direita que ainda tinha valores democráticos”, avaliou Biazita.

Pedro Camarão resumiu o debate ao definir a extrema direita como “antipovo, que defende os interesses privados, é patrimonialista, a favor do orçamento secreto e ainda tentou aprovar a PEC da Blindagem”.